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Trump assina decreto que elimina medida de Obama sobre o clima

Além de retirar o 'Clean Power Plan', Trump levantou também uma moratória de 14 meses sobre a exploração de carvão em terras federais.

Se os últimos dias de Obama foram marcados por uma crescente tensão com Moscovo, os primeiros de Trump vieram confirmar o desejo de uma aproximação. Um dos primeiros telefonemas oficiais, no final de Janeiro, foi para o Kremlin. A conversa com Putin versou sobre o combate ao terrorismo. A proximidade tem suscitado polémica, que remonta ao período da campanha. O primeiro director, Paul Manafort, demitiu-se após a notícia de ligações a Moscovo. Os contactos com a Rússia provocaram a queda do conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, e no domingo surgiram notícias que envolvem outras figuras próximas do Presidente. Na Europa, teme-se que Trump ponha fim, unilateralmente, às sanções decretadas após o apoio militar da Rússia aos rebeldes  na Ucrânia.
reuters
28 de Março de 2017 às 20:15
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O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou hoje o fim da "guerra ao carvão" ao prometer o cancelamento de normativas do Governo federal que estão a "destruir empregos" e a anunciou uma "nova era" na produção de energia. 

 

O chefe da Casa Branca proferiu estas declarações antes de assinar um decreto que inicia o desmantelamento do legado climático do seu antecessor na Presidência, Barack Obama.

 

Em simultâneo, e em declarações na Agência de Protecção do Meio Ambiente (EPA) em Washington, onde se deslocou, Trump antecipou uma "nova revolução energética" centrada no fomento da produção nacional.

 

A nova directiva ordena um reexame da emblemática medida de Obama sobre o clima, o 'Clean Power Plan', que impõe às centrais térmicas reduções nas suas emissões de CO2.

 

No seu breve discurso na EPA, Trump não mencionou uma única vez a questão das alterações climáticas.

 

A decisão concretiza uma das promessas eleitorais de Trump. A iniciativa visa suspender, rescindir ou marcar para revisão mais de uma meia dúzia de medidas, com a intenção de aumentar produção de energia a partir de combustíveis fósseis.

 

Activistas ambientais, incluindo o antigo vice-presidente Al Gore, criticaram o plano.

 

Mas Trump garantiu que a medida vai dar empregos. "É disto que a medida trata: trazer os nossos empregos de volta e fazer a América grande outra vez", disse, durante uma cerimónia na EPA, que teve a presença de numerosos mineiros de carvão.

 

Mas, tal como os esforços de Obama para responder ao aquecimento global, e subsequentes alterações climáticas, foram confrontados com contestações em tribunal, também vários grupos de defesa do ambiente estão a prometer combater judicialmente as medidas pró combustíveis fósseis de Trump.

 

O ocupante da Casa Branca já classificou o aquecimento global como uma "mistificação", inventada pelos chineses, e tem repetido que a legislação sobre as centrais produtoras de energia como um ataque aos trabalhadores e à indústria carbonífera dos EUA.

 

Além de retirar o 'Clean Power Plan', Trump levantou também uma moratória de 14 meses sobre a exploração de carvão em terras federais.

 

Trump tem acusado o seu antecessor de ter conduzido uma "guerra ao carvão" e congratulou-se, ao discursar no Congresso, que fez "um esforço histórico para reduzir de forma massiva as regulamentações que destroem empregos", incluindo algumas que "ameaçam o futuro e o modo de vida dos mineiros de carvão".

 

A ordem executiva também vai afastar outras regulamentações, incluindo o abandono da linguagem sobre os "custos sociais" dos gases com efeito de estufa.

 

Vai também ser feita uma revisão dos esforços para reduzir a emissão de metano na produção de petróleo e gás natural, bem como da regra sobre a utilização da fracturação hidráulica.

 

Trump decidiu também acabar com outras orientações de Obama, incluindo uma que relaciona as alterações climáticas com a segurança nacional e outra que pretendia preparar o país para os impactos do aquecimento global.

 

Em discussão na Casa Branca está ainda a retirada do acordo de Paris sobre alterações climáticas. O decreto de Trump dificulta, ou impossibilita mesmo, o cumprimento pelos EUA dos objetivos de redução das emissões dióxido de carbono.

 

O chefe da EPA, Scott Pruitt, alarmou grupos ambientalistas e cientistas ao afirmar, no início do mês, que não acredita que o dióxido de carbono seja um dos principais responsáveis pelo aquecimento global, o que está em choque frontal com o consenso científico.

 

 

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