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"Temos recebido muitas chamadas". Grandes tecnológicas cada vez mais interessadas em energia da EDP

O investimento em inteligêrncia artificial e em centros de dados tem criado maiores necessidades energéticas às tecnológicas. São estas empresas, com ambiciosas metas ambientais, que têm contactado a EDP em busca de eletricidade limpa.

Em maio, o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, anunciou uma revisão em baixa dos investimentos.
Miguel Baltazar
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Há cada vez mais grandes empresas tecnológicas a procurar a EDP. Quem o diz é o CEO, Miguel Stilwell d'Andrade, que, em entrevista à Bloomberg, explica que as 'big tech' têm impulsionado a procura por energia renovável, motivadas por grandes investimentos em inteligência artificial e "data centers".

"O que aconteceu nos últimos dois meses é que temos recebido muitas chamadas a perguntar 'Têm capacidade instalada que nos possam vender? Têm projetos que estejam prontos a construir nos próximos anos?'", relata Stilwell d'Andrade, acrescentando que, em termos de preços, "estamos a falar de preços bastante apetecíveis". Os preços dependem das regiões e oscilam entre os 60 e os 70 dólares por megawatt-hora. 

"A procura é tão grande que o que vemos são estas grandes tecnológicas a absorverem toda a oferta que conseguem. Seja eólico ou solar, [os projetos] têm de estar prontos para construção nos próximos dois anos. O gás também é algo que tem sido muito discutido", disse o CEO da EDP, durante a Climate Week, em Nova Iorque.

Os "data centers" são grandes consumidores de energia e muitas das empresas que os desenvolvem - tecnológicas como a Microsoft - definiram metas ambientais ambiciosas. Juntos, estes dois fatores têm servido de propulsor ao setor das renováveis - a EDP, por exemplo, assinou um contrato para vender energia à Microsoft.

Sobre o aumento dos preços da eletricidade, Stilwell d'Andrade sublinha que "a procura parece estar realmente a subir, muito motivada pela IA e pelas necessidades dos 'data centers'". "As taxas de juro estão a descer, isso é obviamente muito importante para um negócio de capital intensivo como o nosso. Por isso, em geral, o sentimento no mercado em relação às renováveis certamente melhorou em relação à primeira metade do ano", afirmou.

Em particular em relação aos Estados Unidos - onde a EDP tem 40% do seu investimento -, Stilwell d'Andrade salientou a importância de o país eleger, em novembro, um Executivo que acelere "tudo o que está relacionado com autorizações e licenças". "Um dos maiores fatores de atraso da indústria e da construção das infraestruturas ainda é o fardo administrativo", lamentou.

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