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S&P retira EDP do "lixo"
A S&P melhorou a notação financeira da EDP em um nível, retirando o "rating" da eléctrica no patamar considerado de investimento especulativo, ou seja, o denominado "lixo".
A agência de notação financeira norte-americana recorda que a EDP alienou, na primeira metade de 2017, 3 mil milhões de activos de distribuição de gás detidos em Portugal e Espanha (Naturgas e Portgas), o que irá representar uma "significativa desalavancagem" para a empresa. Ou seja, estas vendas permitem à eléctrica reduzir a sua dívida.
"Melhorámos o rating porque esperamos que as métricas de crédito da EDP vão reforçar-se", explica a S&P que salienta que a perspectiva estável atribuída pela agência de notação financeira reflecte a expectativa de que os fundos provenientes de operações face à dívida melhorem em 16% no final de 2017, comparativamente aos 11% registados em 2016.
Também a contribuir para a melhoria de avaliação feita pela S&P está a perspectiva positiva relativamente a uma "execução operacional mais forte". Entre os factores favoráveis a esta nova avaliação consta também a regulação mais favorável para a EDP em mercados como o dos Estados Unidos e do México.
Em resumo, a S&P elenca quatro factores que justificam a melhoria da avaliação feita à EDP. A melhoria do desempenho operacional da empresa, em especial devido ao aumento de 11% no primeiro semestre do EBITDA da EDP Renováveis, o reforço das métricas de crédito, a perspectiva de diminuição da dívida e, por fim, a maior simplificação do grupo resultante da compra de posições minoritárias na EDP Renováveis.
Na OPA feita sobre a filial, a EDP só conseguiu comprar 5% da EDP Renováveis, pelo que a empresa liderada por António Mexia passou a controlar um total de 82,56% da EDP Renováveis. Os analistas viram a conclusão desta operação como potencialmente favorável para os títulos da EDP Renováveis e como positiva para a capacidade da EDP de reduzir a sua dívida.