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REN disputa concessões eléctricas no mercado peruano
Empresa perdeu uma primeira licitação, mas prepara novas ofertas no Peru, e descarta, para já, o Brasil.
A REN - Redes Energéticas Nacionais vai centrar os seus esforços de internacionalização no Peru. "Estamos a concorrer a algumas concessões em dois ou três países da América Latina", revelou o presidente da REN, Rui Cartaxo, durante a conferência da Associação Portuguesa da Energia (APE), acrescentando depois que o Peru é o "mais activo" desses mercados que a REN está a explorar.
Rui Cartaxo adiantou que no mercado peruano "há um ‘pipeline’ de concessões de alta tensão que vão ser postas a concurso", ao longo dos próximos meses. Entre as oportunidades identificadas pela REN está uma infra-estrutura eléctrica de dimensão relativamente reduzida, face às linhas que a empresa já opera em Portugal. "É uma rede pequena, com perto de 100 quilómetros", explicou o presidente da REN em declarações aos jornalistas. O gestor acredita que o desfecho do concurso relativo a este projecto possa ser conhecido durante a primeira metade do próximo ano.
A REN, aliás, já participou num concurso neste mercado. "Já concorremos a um há três meses. Não ganhámos, mas foi uma experiência preciosa", descreve Rui Cartaxo. Em jogo estava uma rede eléctrica maior do que a que agora a REN irá disputar. A empresa portuguesa ficou em terceiro lugar entre seis concorrentes. Quanto aos próximos concursos no Peru, a REN irá decidir se forma alianças "caso a caso". Mas o seu maior accionista, a chinesa State Grid, está já a apoiar a REN no processo de internacionalização. "Estamos a ter o apoio da State Grid na procura de soluções de investimento, sobretudo de equipamentos, que nos permitam ter preços mais competitivos", revelou Rui Cartaxo.
Ainda sobre o Peru, o CEO da REN nota que é um mercado onde "a regulação tem visibilidade". E, acrescenta, "é um país que tem um bom ‘rating’".
REN sem interesse no Brasil
Na conferência desta quarta-feira da APE, a REN reiterou o seu interesse em explorar oportunidades na América Latina, nomeadamente no Peru, Chile, México e Colômbia. "No Brasil neste momento não estamos interessados", declarou Rui Cartaxo.
No que respeita à Colômbia, a REN apresentou uma proposta num concurso "há dois anos", segundo Rui Cartaxo, mas sem sucesso. Contudo, o gestor desvaloriza a ausência, para já, de contratos na região, notando que a concessão de infra-estruturas energéticas "é uma corrida de fundo". Rui Cartaxo sublinha ainda que a parceria estratégia decorrente da privatização de 40% da REN (25% vendidos à State Grid e 15% à Oman Oil) não previa que a empresa já tivesse contratos ganhos em 2013.
Além da América Latina, a REN está também a olhar com atenção para África, onde Moçambique, Angola e África do Sul se apresentam como os alvos prioritários de internacionalização.