Notícia
REN sobe investimento em 70% para 1,7 mil milhões até 2027 e vai pagar mais aos acionistas
No dia em que assinala o seu Capital Markets Day, em Lisboa, a REN assinalou que, deste investimento, 65% será no setor da eletricidade, 25% no gás e 10% no negócio internacional.
A REN - Redes Energéticas Nacionais anunciou esta segunda-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que vai acelerar a sua estratégia de investimento entre 2024 e 2027 para chegar a um valor entre 1,5 e 1,7 mil milhões de euros.
"É muito desafiante", assinalou o CEO da empresa, Rodrigo Costa, na apresentação aos investidores. De acordo com a empresa, trata-se de um aumento de 70% na média anual de investimento registada entre 2021 e 2023. Desta forma, a REN prevê um investimento anual entre 350 e 450 milhões de euros nos próximos quatro anos, face a uma média de 250 milhões entre 2021 2 2023.
No dia em que assinala o seu Capital Markets Day, em Lisboa, a REN explicou que, deste investimento, cerca de dois terços (65%) será no setor da eletricidade, 25% no gás e 10% no negócio internacional.
No que diz respeito ao resultado líquido, a REN espera atingir entre 105 e 120 milhões entre 2024 e 2027, por comparação com os 110 milhões dos anos anteriores. No EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a empresa quer chegar ao 500 a 540 milhões de euros por ano, mais do que os 487 milhões registados até aqui.
Também nos dividendos que prevê entregar aos acionistas, a REN faz uma revisão em alta neste seu novo plano estratégico: de 0,154 euros por ação entre 2021 e 2023 para 0,163 euros até 2027. A empresa fala de um aumento anual de 2% no dividendo a pagar nos próximos três anos.
"Temos capacidade de pagar a nossa remuneração aos acionistas, mas há três anos tivemos de a baixar porque a prudência assim o aconselhou. Temos de ter a capacidade de continuar a atrair acionistas e de os remunerar minimamente. Apresentámos um aumento do dividendo que irá repor o que é a inflação. Não estamos a duplicar o dividendo, mas sim dar a ver ao acionista um ligeiro aumento na remuneração", explicou.
Quanto a investimentos, o CEO disse que serão muitos nos próximos anos. "O Governo tem de fazer a sua parte, a Comissão Europeia tem de fazer a sua parte. E o regulador tem de entender o que precisa de ser feito para que a transição energética aconteça", disse Rodrigo Costa, deixando um recado ao novo Executivo do PSD e CDS e também à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Quanto à dívida, esta deverá reduzir para 2,5 a 2,6 mil milhões de euros nos próximos anos. E a base de ativos vai aumentar de 3,9 mil milhões de euros para 4,4 mil milhões.
"Sem redes não há energia renovável. Sem redes não há gases renováveis. Sem redes não há transição energética", disse por seu lado João Conceição, CFO da REN no Capital Markets Day.
Reconhecendo assim a importância da expansão da rede elétrica em Portugal, a REN planeia aumentar em 50% o investimento anual em redes, de 187 milhões nos últimos três anos para um valor entre 240 e 280 milhões, sobretudo na expansão das mesmas, sendo que os acordos assinados com promotores nos projetos solares serão também uma importante fonte de receita para acelerar esta estratégia.
De acordo com João Conceição, a REN já assinou 32 destes "acordos solares" diretos, em duas vagas desde 2021: 19 na primeira vaga, 11 na segunda e dois acordos com o operador da rede de distribuição E-Redes. "Aceitámos este modelo de financiar a expansão das redes
De um total de 7 GW que dizem respeito a estes acordos, a empresa prevê ligar à rede metade (3,5 GW) até 2027, relacionados com os que foram assinados na primeira vaga. Numa segunda fase, até 2029/2030, serão ligados à rede os restantes projetos. Tal como nos proveitos regulados, a REN refere que os "acordos solares" apresentam um perfil de baixo risco e permitem um 'cash flow' a curto prazo para financiar a transição energética.
"Muita gente queixa-se que não avançamos depressa o suficiente na expansão das redes, mas temos os desafios do licenciamento e não temos uma capacidade ilimitada de invesimento", sublinhou o CEO Rodrigo Costa, acrescentando que a REN tem pago "mais impostos que o devido", com "impacto nas contas".
"Investimos muito e pagamos muitos impostos. A regulação em Portugal tem de ser mais positiva", disse. Sobre este tema, João Conceição acrescentou que a empresa não espera, nos próximos anos, uma disrupção na regulação no país, mas sim uma regulação "adequada e justa" que permita "receitas em linha com os desafios", e também "incentivos que permitam aumentar a eficiência".
"Esperamos sensibilizar a ERSE para que na próxima revisão regulatóeia se consigam arranjar formas que permitam manter
Sobre a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), que a REN também paga, o responsável diz que tem havido bons desenvolvimentos - com várias decisões recentes em tribunal - mas há que aguardar decisões sobre a sua manutenção nos próximos anos.
"Sempre dissémos que ia demorar tempo a encontrar uma solução para reverter este imposto, porque os tribunais demoram e os governos não querem precindir da receita fiscal. Decidimos ser pacientes. Pagamos a CESE, contestamos em tribunal, mas acreditamos de um dia vai ser-nos dada razão e vamos reaver este dinheiro. Acreditamos numa decisão favorável, finalmente", disse Rodrigo Costa quando questionado pelos analistas sobre este tema, revelando que os processos em tribunal que dizem respsito à CESE já chegam aos 40.
"É um investimento sobre os ativos. É ilógico e injusto, tenho dito desde a primeira hora", rematou o CEO.
Em relação às novas tecnologias da transição energética no país, como o hidrogénio verde e o eólico offshore, Rodrigo Costa referiu que são necessárias e terão de fazer parte da equação. "O hidrogénio é importante, mas ainda não sabemos a 100% como vai ser feito na prática. Deve começar a ser produzido nos chamados "vales de hidrogénio", sendo que o mais importante é Sines, onde será construído um pipeline de 50 km para levar o hidrogénio dos produtores aos consumidores", acrescentou o CEO.
Nas redes de gás, a REN vai aumentar em 125% o investimento anual até 2027 para um valor entre 105 e 115 milhões de euros, face aos 51 milhões entrre 2021 e 2023. Deste total, metade (50%) será em redes adaptadas para os novos gases renováveis, sendo que a empresa assinala que estes investimentos não estão isentos de "incerteza".
Quanto ao eólico offshore, João Conceição disse que se trata de um "objetivo a longo prazo, mas que tem de começar a ser planeado já". Neste tema, a REN está envolvida em vários grupos de trabalho e planeia criar já em 2024 uma equipa dedicada na empresa.
Pelas 12h23, as ações da REN subiam 1,71% para os 2,375 euros por título.
"É muito desafiante", assinalou o CEO da empresa, Rodrigo Costa, na apresentação aos investidores. De acordo com a empresa, trata-se de um aumento de 70% na média anual de investimento registada entre 2021 e 2023. Desta forma, a REN prevê um investimento anual entre 350 e 450 milhões de euros nos próximos quatro anos, face a uma média de 250 milhões entre 2021 2 2023.
No que diz respeito ao resultado líquido, a REN espera atingir entre 105 e 120 milhões entre 2024 e 2027, por comparação com os 110 milhões dos anos anteriores. No EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a empresa quer chegar ao 500 a 540 milhões de euros por ano, mais do que os 487 milhões registados até aqui.
Também nos dividendos que prevê entregar aos acionistas, a REN faz uma revisão em alta neste seu novo plano estratégico: de 0,154 euros por ação entre 2021 e 2023 para 0,163 euros até 2027. A empresa fala de um aumento anual de 2% no dividendo a pagar nos próximos três anos.
"Temos capacidade de pagar a nossa remuneração aos acionistas, mas há três anos tivemos de a baixar porque a prudência assim o aconselhou. Temos de ter a capacidade de continuar a atrair acionistas e de os remunerar minimamente. Apresentámos um aumento do dividendo que irá repor o que é a inflação. Não estamos a duplicar o dividendo, mas sim dar a ver ao acionista um ligeiro aumento na remuneração", explicou.
Quanto a investimentos, o CEO disse que serão muitos nos próximos anos. "O Governo tem de fazer a sua parte, a Comissão Europeia tem de fazer a sua parte. E o regulador tem de entender o que precisa de ser feito para que a transição energética aconteça", disse Rodrigo Costa, deixando um recado ao novo Executivo do PSD e CDS e também à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Quanto à dívida, esta deverá reduzir para 2,5 a 2,6 mil milhões de euros nos próximos anos. E a base de ativos vai aumentar de 3,9 mil milhões de euros para 4,4 mil milhões.
"Sem redes não há energia renovável. Sem redes não há gases renováveis. Sem redes não há transição energética", disse por seu lado João Conceição, CFO da REN no Capital Markets Day.
Reconhecendo assim a importância da expansão da rede elétrica em Portugal, a REN planeia aumentar em 50% o investimento anual em redes, de 187 milhões nos últimos três anos para um valor entre 240 e 280 milhões, sobretudo na expansão das mesmas, sendo que os acordos assinados com promotores nos projetos solares serão também uma importante fonte de receita para acelerar esta estratégia.
De acordo com João Conceição, a REN já assinou 32 destes "acordos solares" diretos, em duas vagas desde 2021: 19 na primeira vaga, 11 na segunda e dois acordos com o operador da rede de distribuição E-Redes. "Aceitámos este modelo de financiar a expansão das redes
De um total de 7 GW que dizem respeito a estes acordos, a empresa prevê ligar à rede metade (3,5 GW) até 2027, relacionados com os que foram assinados na primeira vaga. Numa segunda fase, até 2029/2030, serão ligados à rede os restantes projetos. Tal como nos proveitos regulados, a REN refere que os "acordos solares" apresentam um perfil de baixo risco e permitem um 'cash flow' a curto prazo para financiar a transição energética.
"Muita gente queixa-se que não avançamos depressa o suficiente na expansão das redes, mas temos os desafios do licenciamento e não temos uma capacidade ilimitada de invesimento", sublinhou o CEO Rodrigo Costa, acrescentando que a REN tem pago "mais impostos que o devido", com "impacto nas contas".
"Investimos muito e pagamos muitos impostos. A regulação em Portugal tem de ser mais positiva", disse. Sobre este tema, João Conceição acrescentou que a empresa não espera, nos próximos anos, uma disrupção na regulação no país, mas sim uma regulação "adequada e justa" que permita "receitas em linha com os desafios", e também "incentivos que permitam aumentar a eficiência".
"Esperamos sensibilizar a ERSE para que na próxima revisão regulatóeia se consigam arranjar formas que permitam manter
Sobre a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), que a REN também paga, o responsável diz que tem havido bons desenvolvimentos - com várias decisões recentes em tribunal - mas há que aguardar decisões sobre a sua manutenção nos próximos anos.
"Sempre dissémos que ia demorar tempo a encontrar uma solução para reverter este imposto, porque os tribunais demoram e os governos não querem precindir da receita fiscal. Decidimos ser pacientes. Pagamos a CESE, contestamos em tribunal, mas acreditamos de um dia vai ser-nos dada razão e vamos reaver este dinheiro. Acreditamos numa decisão favorável, finalmente", disse Rodrigo Costa quando questionado pelos analistas sobre este tema, revelando que os processos em tribunal que dizem respsito à CESE já chegam aos 40.
"É um investimento sobre os ativos. É ilógico e injusto, tenho dito desde a primeira hora", rematou o CEO.
Em relação às novas tecnologias da transição energética no país, como o hidrogénio verde e o eólico offshore, Rodrigo Costa referiu que são necessárias e terão de fazer parte da equação. "O hidrogénio é importante, mas ainda não sabemos a 100% como vai ser feito na prática. Deve começar a ser produzido nos chamados "vales de hidrogénio", sendo que o mais importante é Sines, onde será construído um pipeline de 50 km para levar o hidrogénio dos produtores aos consumidores", acrescentou o CEO.
Nas redes de gás, a REN vai aumentar em 125% o investimento anual até 2027 para um valor entre 105 e 115 milhões de euros, face aos 51 milhões entrre 2021 e 2023. Deste total, metade (50%) será em redes adaptadas para os novos gases renováveis, sendo que a empresa assinala que estes investimentos não estão isentos de "incerteza".
Quanto ao eólico offshore, João Conceição disse que se trata de um "objetivo a longo prazo, mas que tem de começar a ser planeado já". Neste tema, a REN está envolvida em vários grupos de trabalho e planeia criar já em 2024 uma equipa dedicada na empresa.
Pelas 12h23, as ações da REN subiam 1,71% para os 2,375 euros por título.