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Refinarias europeias disputam óleo de cozinha usado para fabricar combustível

O óleo que sobrou do jantar está a tornar-se uma matéria-prima atrativa para a indústria de refinação europeia, que procura reduzir a sua pegada de carbono.

Reuters
Bloomberg 24 de Outubro de 2020 às 18:00

As refinarias do continente europeu estão cada vez mais a voltar-se para o óleo de cozinha usado, ou UCO em inglês, como uma forma de produzir combustível rodoviário de forma a limitar as suas emissões de carbono. Em Roterdão, os preços estão cerca de 15% mais altos do que há um ano, segundo dados da SCB Brokers, especializada nesta matéria-prima. Em contraste, o petróleo Brent caiu cerca de 30% no mesmo período.

A força relativa do UCO, negociado em mais do dobro do preço do petróleo devido aos incentivos do governo para usá-lo, reflete a oferta limitada e a forte procura, de acordo com a Neste Oyj da Finlândia, que se tornou líder de mercado em diesel renovável. Outras refinarias da região, como a PKN Orlen da Polónia, estão a explorar o mercado. O interesse crescente coincidiu com a interrupção na disponibilização da parte dos restaurantes, especialmente da China, que é o maior fornecedor externo da Europa.

"Os mercados de resíduos e lixo devem permanecer apertados", disse a Neste. "Embora a disponibilidade global tenha vindo a recuperar gradualmente, a procura continua sólida."

 

O óleo de cozinha usado ajuda a indústria a cumprir as metas europeias de combustíveis renováveis. O benefício ambiental que o UCO oferece reflete o motivo pelo qual a UE lhe deu um peso maior em comparação com outras matérias-primas, algo que é conhecido como contagem dupla.

"A perspetiva de longo prazo para o óleo de cozinha usado é extremamente positiva, já que os países membros da UE querem reduzir o uso de biocombustíveis a favor dos combustíveis derivados de resíduos", afirma Luke Watts, da SCB Brokers.

A meta atual da Europa é que 10% do combustível rodoviário por conteúdo de energia da região venha de fontes renováveis, incluindo biocombustíveis, de acordo com o Fuels Europe, grupo que representa as refinarias da região.

Atualmente, não há limite de quanto UCO pode ser usado para cumprir essa meta. E tudo isso pode ser contado duas vezes, para que os produtores atinjam o nível de 10% com apenas 5% de óleo de cozinha usado. Estas regras vão mudar em breve.

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