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Projeto industrial de baterias de lítio de 8,3 milhões nasce em Braga

Várias empresas e academias vão concentrar num laboratório vivo, em Braga, a investigação que estará na base da construção de uma indúsria de baterias de lítio a nível nacional. Esperam-se resultados no final de 2023.

Bloomberg
Ana Batalha Oliveira anabatalha@negocios.pt 30 de Julho de 2021 às 13:44
O projeto Baterias 2030, que quer lançar uma indústria de baterias de lítio em Portugal e pressupõe um investimento de 8,3 milhões de euros, foi apresentado esta sexta-feira em Braga, a partir do laboratório vivo onde vão ser testadas as soluções que se querem desenvolver nos próximos anos. 

Este projeto é liderado pela pela dstsolar, empresa do dstgroup que participa no consórcio. Dos 23 parceiros deste projeto, 14 são empresas e nove são entidades científicas, sob a coordenação do INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia. Segundo o presidente do conselho de administração do dstgroup, José Teixeira, "o governo fez de Tinder" entre o mundo empresarial e académico e este "é um match que mudará Portugal".

O objetivo é que o laboratório vivo, chamado "gnration", esteja a operar entre o terceiro e o quarto trimestre de 2023, de forma a passar informação relevante para o consórcio.  

O governo fez de Tinder [entre empresas e academias]. Este é um ‘match’ que mudará Portugal. José Teixeira, presidente do dstgroup


O projeto desdobra-se em cinco áreas diferentes. Em primeiro, no armazenamento de energia, em particular no fabrico de baterias de lítio de nova geração - quer-se passar da atual segunda geração para a terceira. É aqui se se insere também a pesquisa de hidrogénio, uma área na qual existem "muitos pontos de interrogação", mas onde "podemos baixar custos com alguns truques", assegura Adélio Mendes, em representação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que vai liderar este subprojeto. 

Paralelamente, a investigação vai debruçar-se sobre a segunda vida das baterias. Após a primeira vida num veículo, a bateria retém 50% a 90% da capacidade original, informa José Gonçalves, que toma as rédeas deste subprojeto em nome da CeNTI. A partir deste ponto, a bateria pode ser reciclada ou ser usada para outras aplicações, como soluções de autoconsumo. É isto que está a ser estudado, assim como ferramentas de diagnóstico para perceber qual o uso futuro mais indicado para cada bateria. 

Em terceiro lugar, a produção descentralizada de energia faz parte dos planos, o que implica investigação nos painéis solares de perovskita, "muito mais eficientes que os de silício" e que, portanto, "prometem baixar os custos". Mas que ainda têm alguns desafios para evitar a respetiva degradação, explicou João Barbosa, do INL.

Finalmente, vai ser desenvolvida 
uma solução que permita monitorizar e controlar os sistemas de armazenameto de energia tendo em vista a otimização conjunta, ou seja, uma plataforma de gestão da energia. 

É inevitável aproveitarmos da forma mais inteligente os nossos recursos, entre eles os minerais - e, no caso concreto, o lítio. João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente


Na perspetiva do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, "é inevitável aproveitarmos da forma mais inteligente os nossos recursos, entre eles os minerais - e, no caso concreto, o lítio". Tanto o ministro como o secretário de Estado da Energia, João Galamba, acreditam que esta é uma forma de aumentar a empregabilidade e a riqueza do país. 

O "Baterias 2030" integra as seguintes entidades, num total de 23 parceiros: dstgroup (dstsolar, dst, bysteel fs, innovationpoint), Watt-IS, Addvolt (startups participadas do dstgroup), Efacec, Secil, C2C-NewCap, Visblue, Omniflow, 3Drivers, ZEEV, Amnis Pura,  INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, IST – Instituto Superior Técnico, CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, LNEG – Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, CEiiA, INESC-TEC, INESC-MN e Universidade do Minho.

O projeto tem ainda, com estatuto de parceiros observadores, a Câmara Municipal de Braga, a Exide Technologies, a Prio Energy, a EDP, a Voltalia e a Vestas.

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