Notícia
Baterias de lítio "limpas e verdes" são risco para direitos humanos, alerta Amnistia Internacional
A Amnistia Internacional (AI) alertou hoje que a exploração de lítio para fazer baterias "limpas e verdes" põe em risco os direitos humanos das pessoas que vivem nos locais onde este mineral é extraído.
04 de Fevereiro de 2021 às 00:10
A extração do lítio, metal usado em baterias com alta capacidade de armazenamento de energia, é um risco para "os recursos hídricos e ecossistemas onde vivem povos indígenas" na América do Sul, aponta a Amnistia em comunicado, em que pede às empresas e governos que respeitem princípios de salvaguarda dos direitos humanos, do trabalho e do ambiente para que as baterias, essenciais para os veículos elétricos e para o mundo se afastar dos combustíveis fósseis, "não estejam vinculadas a abusos de direitos humanos ou danos ambientais".
A organização já avisou também que o "cobalto extraído por crianças na República Democrática do Congo pode estar a entrar nas cadeias de abastecimento de algumas das maiores marcas de veículos elétricos e dispositivos eletrónicos do mundo".
Ao que se costuma chamar "tecnologias de baterias 'verdes'" correspondem "novos riscos para o meio ambiente, incluindo poluição em zonas mineiras ou danos no fundo dos oceanos", alerta ainda a organização internacional de defesa dos direitos humanos.
As baterias recarregáveis de iões de lítio usam, além de lítio, metais como cobalto e níquel, mas "atualmente, a produção destas baterias está longe de ser eticamente 'limpa' ou 'verde'".
Além da RD Congo, as comunidades de zonas de mineração em países como a Argentina, Chile ou Bolívia já estão a "sentir a face adversa do crescimento da indústria das baterias", refere a AI.
As populações locais são expropriadas à força, crianças pequenas são postas a trabalhar nas minas, imperam os salários baixos e as más condições de trabalho, descreve a organização.
Na América do Sul, a exploração ameaça as fontes de água de que dependem as comunidades indígenas e os ecossistemas frágeis das zonas de mineração.
A AI pede aos governos e às empresas que investem na exploração do lítio que concordem numa moratória sobre a exploração mineira oceânica, que pode provocar estragos graves e irreversíveis nos ecossistemas e leitos marinhos.
Pede também às empresas que não alinhem ou promovam esquemas corruptos de "pagamentos para facilitar" a obtenção de contratos de exploração.
Quanto aos governos, a Amnistia exige que investiguem e ajam em relação a denúncias de abusos de direitos humanos ou ambientais.
A expansão do setor dos veículos elétricos está a levar a que as empresas queiram fabricar cada vez mais baterias, uma tendência que se acentuará na próxima década, a par de "um foco obsessivo no crescimento rápido em vez da eficácia, reutilização e reciclagem".
"A pressão para extrair os minerais aumenta e o desperdício vai-se acumulando", afirma a AI.
O caminho para aumentar a produção faz-se "demasiado frequentemente" ignorando os direitos humanos, a segurança e as precauções ambientais", salienta a organização.
Os governos deixam por investigar casos de corrupção, poluição e exploração de seres humanos, enquanto "as empresas poderosas muitas vezes olham para o lado ou são cúmplices de crimes ambientais e financeiros", acusam.
"Não precisa de ser assim", defende a Amnistia Internacional, que defende que "a urgência da crise climática exige ação de todos os setores e soluções duradouras que não sacrifiquem nem o planeta nem as pessoas".
A organização já avisou também que o "cobalto extraído por crianças na República Democrática do Congo pode estar a entrar nas cadeias de abastecimento de algumas das maiores marcas de veículos elétricos e dispositivos eletrónicos do mundo".
As baterias recarregáveis de iões de lítio usam, além de lítio, metais como cobalto e níquel, mas "atualmente, a produção destas baterias está longe de ser eticamente 'limpa' ou 'verde'".
Além da RD Congo, as comunidades de zonas de mineração em países como a Argentina, Chile ou Bolívia já estão a "sentir a face adversa do crescimento da indústria das baterias", refere a AI.
As populações locais são expropriadas à força, crianças pequenas são postas a trabalhar nas minas, imperam os salários baixos e as más condições de trabalho, descreve a organização.
Na América do Sul, a exploração ameaça as fontes de água de que dependem as comunidades indígenas e os ecossistemas frágeis das zonas de mineração.
A AI pede aos governos e às empresas que investem na exploração do lítio que concordem numa moratória sobre a exploração mineira oceânica, que pode provocar estragos graves e irreversíveis nos ecossistemas e leitos marinhos.
Pede também às empresas que não alinhem ou promovam esquemas corruptos de "pagamentos para facilitar" a obtenção de contratos de exploração.
Quanto aos governos, a Amnistia exige que investiguem e ajam em relação a denúncias de abusos de direitos humanos ou ambientais.
A expansão do setor dos veículos elétricos está a levar a que as empresas queiram fabricar cada vez mais baterias, uma tendência que se acentuará na próxima década, a par de "um foco obsessivo no crescimento rápido em vez da eficácia, reutilização e reciclagem".
"A pressão para extrair os minerais aumenta e o desperdício vai-se acumulando", afirma a AI.
O caminho para aumentar a produção faz-se "demasiado frequentemente" ignorando os direitos humanos, a segurança e as precauções ambientais", salienta a organização.
Os governos deixam por investigar casos de corrupção, poluição e exploração de seres humanos, enquanto "as empresas poderosas muitas vezes olham para o lado ou são cúmplices de crimes ambientais e financeiros", acusam.
"Não precisa de ser assim", defende a Amnistia Internacional, que defende que "a urgência da crise climática exige ação de todos os setores e soluções duradouras que não sacrifiquem nem o planeta nem as pessoas".