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Procura no terceiro leilão extraordinário de eletricidade superou em duas vezes a oferta

A ERSE criou estes leilões para "garantir aos agentes de mercado a aquisição de energia em condições de maior estabilidade de preço e uma menor imprevisibilidade para os consumidores finais". 

Os preços do gás natural têm pressionado os da eletricidade.
João Cortesão
27 de Janeiro de 2022 às 11:44
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Foi uma das medidas extraordinárias criadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) em outubro do ano passado, para ajudar o mercado grossista a enfrentar crise energética, e está a ter adesão. 

O terceiro leilão extraordinário de Produção em Regime Especial (PRE), promovido pelo regulador na semana passada, registou uma procura duas vezes superior à oferta. Com este mecanismo, os operadores adquirem energia através de contratos bilaterais com energia proveniente de produção renovável de tarifa garantida.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a ERSE refere que neste leilão foi disponibilizada energia elétrica para entrega em fevereiro de 2022 e em março de 2022, "ambos com um volume total de 50 MW em todas as horas de cada um destes meses". A procura excedeu em duas vezes a oferta nos dois produtos. 

Para os dois meses em licitação, a ERSE fixou um preço de reserva, ou seja, o preço mínimo a que os operadores podiam licitar, nos 90 euros por megawatt hora (MWh), um valor muito inferior ao praticado atualmente no mercado grossista ibérico, onde o preço tem ultrapassado os 200 euros por MWh. 

Para fevereiro, houve 18 licitações, mas só 11 dos participantes conseguiram arrematar a colocação de energia através deste instrumento. O preço médio das ofertas foi de 137,34 euros MWh. Já o preço médio ponderado das compras adjudicadas situou-se nos 158,76 euros MWh. A entrega do produto arranca a 1 de fevereiro. 

Já para março, o número de participantes e de adjudicatários foi igual, mas houve variações nos preços. O valor médio das ofertas foi de 124,24 euros MWh, e o preço médio ponderado das compras adjudicadas fixou-se em 140,53 euros MWh. A entrega aos operadores começa a 1 de março. 

Com este mecanismo, destaca o regulador, "procura-se garantir aos agentes de mercado a aquisição de energia em condições de maior estabilidade de preço e uma menor imprevisibilidade para os consumidores finais".
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