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Primeira unidade de produção de biopetróleo do mundo estará pronta em três anos

A primeira unidade no mundo de produção industrial de biopetróleo poderá estar a funcionar dentro de cerca de três anos, admitiu hoje João Nunes, director do Campus de Tecnologia e Inovação BLC3, de Oliveira do Hospital.

Bloomberg
29 de Janeiro de 2017 às 11:59
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A pré-candidatura a fundos comunitários do projeto de demonstração industrial de produção de biocombustível já foi aprovada pela Comissão Europeia, disse o diretor do BLC3, que falava num seminário sobre "O papel das entidades de interface na promoção do empreendedorismo e inovação", integrado no MBA para executivos "Design your Path", da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

A decisão sobre o financiamento europeu, no valor de 125 milhões de euros, está, no entanto, dependente da conclusão da segunda fase do projeto-piloto (a primeira fase visou a produção de biocombustível), relacionada com "a conversão em substitutos dos derivados de petróleo", adiantou João Nunes, em declarações à agência Lusa, à margem da sessão.

A entrada em funcionamento da unidade industrial permitirá a produção de 25 milhões de litros de biocombustível por ano, que representam a autonomia completa, em termos energéticos (incluindo os transportes) de uma região territorial com uma dimensão considerável, no caso formada pelos territórios dos concelhos de Oliveira do Hospital, Arganil, Góis e Tábua, no norte interior do distrito de Coimbra (este território poderá via a ser alargado ao município da Lousã).

Não menos importante é o facto de toda a matéria-prima necessária para a produção daquele volume de biocombustível (biomassas florestal, agrícola e domésticas) ser produzida no mesmo território, tornando-o, assim, autossustentável, sublinha João Nunes.

"Estamos a criar o primeiro grande território do mundo com total autonomia energética", sintetiza João Nunes.

Além disso, "sem isto, o problema dos incêndios florestais não se resolve", conclui.

A pré-candidatura do projeto da BLC3 – distinguido, em outubro de 2016, em Bruxelas, com o prémio RegioStars Comissão Europeia, na categoria de Crescimento Sustentável – foi um dos 17 aprovados pela Comissão Europeia, entre um total de 53 projetos da área da bio-refinaria.

Na sessão de hoje do MBA, dinamizado pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, também participaram o diretor do Biocant Park e da Câmara Municipal de Cantanhede, João Moura, e do Parque Tecnológico de Óbidos, Miguel Silvestre.

O parque de biotecnologia Biocant, em Cantanhede, onde trabalham 223 pessoas, grande parte das quais investigadores e quadros superiores, deverá ter, em 2020, cerca de meio milhar de pessoas, mais de 500 milhões de euros de ativos (hoje cerca de 140 milhões de euros), 40 empresas e um volume de negócios da ordem dos 100 milhões de euros, 75% dos quais em exportações, prevê João Moura.

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