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Portugal quer seguir Islândia na geotermia e exportar no ramo das eólicas

A questão da cooperação na área da energia é o tema considerado central na deslocação do primeiro-ministro português à Islândia.

A produção anual na Europa, em novos parques eólicos, está a aumentar, em   média, 15 gigawatts.
Regis Duvignau/Reuters
15 de Maio de 2023 às 07:29
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A secretária de Estado da Energia considera que Portugal pode beneficiar com a experiência islandesa na área da geotermia e assinala que a Islândia quer expandir a sua produção eólica, constituindo uma oportunidade para empresas nacionais.

Estas posições foram transmitidas à agência Lusa por Ana Fontoura Gouveia, que acompanhará o primeiro-ministro, António Costa, na visita que efetua esta segunda-feira à Islândia a convite da sua homóloga, Katrin Jakobsdóttir.

A questão da cooperação na área da energia é o tema considerado central nesta deslocação do primeiro-ministro português à Islândia, e Ana Fontoura Gouveia entende que os dois países têm reciprocamente "muito a aprender" neste domínio.

Esta tarde, depois da reunião institucional com a líder do executivo islandês, António Costa vai visitar uma das maiores centrais de produção de energia geotérmica do mundo, a Geothermal Power Plant, com 303 megawatts de capacidade instalada.

"Penso que podemos aprender com a longa experiência que os islandeses têm na área da geotermia, potenciando assim os nossos recursos nacionais. Esta é uma área que será muito importante para Portugal atingir as suas metas climáticas, designadamente a neutralidade carbónica em 2045", defendeu a secretária de Estado.

Com esta visita à Islândia, segundo Ana Fontoura Gouveia, "o Governo português pretende conhecer melhor os projetos" islandeses nesta área específica.

"Temos uma iniciativa pioneira que é o mercado voluntário de carbono. A compra e venda de créditos de carbono já existe entre privados, mas não é um mercado regulado. E o nosso objetivo é regular esse mercado, assegurar credibilidade e confiança, aumentar o investimento privado nestes projetos de captura", referiu.

Neste domínio, a secretária de Estado da Energia observou que o foco em Portugal tem sido a floresta, "a sua valorização económica para reduzir o risco de incêndio, ou seja, a captura de carbono por valores naturais".

"Mas existe uma outra dimensão que ainda não está tão explorada no país, que é a captura industrial. Sabemos que setores como o dos cimentos ou dos resíduos já manifestaram interesse. Penso que Portugal e a Islândia podem aqui trocar experiências em relação a projetos inovadores na captura de carbono ao nível industrial. E assim caminharmos para os nossos objetivos de neutralidade carbónica já em 2045", concluiu.

Por outro lado, na perspetiva da secretária de Estado, a parte portuguesa tem a dar a conhecer aos islandeses a sua experiência nas áreas das energias renováveis, partindo do objetivo assumido pelo executivo de Reiquiavique de expandir a capacidade de produção eólica no país.

"No domínio a energia eólica, Portugal tem uma experiência acumulada. Esta vontade de expansão da Islândia constitui uma oportunidade de investimento para aos produtores nacionais", realçou Ana Fontoura Gouveia.

A secretária de Estado destacou também que, em matéria de eficiência energética, "Portugal tem sido pioneiro no que respeita à partilha de energia entre consumidores que são também produtores, designadamente aquilo a que se chamam de comunidades de energias renováveis".

"Vamos também levar à Islândia a nossa experiência e o conhecimento recente que temos com muito sucesso em Portugal. As oportunidades de investimento para as empresas nacionais surgem na área das energias eólicas, setor em que a Islândia pretende aumentar a sua capacidade instalada, mas também no campo das comunidades de energias renováveis em que temos já empresas a operar em Portugal", acrescentou.
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