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Portugal é o 6.º país da UE que mais paga pelo gás. Na eletricidade tem o 10.º preço mais barato

De acordo com a ERSE, no primeiro semestre deste ano Portugal registou uma descida de 5% dos preços de eletricidade no segmento doméstico, face ao semestre homólogo de 2022. Em Espanha, esta redução foi de 38%. 

O Governo permitiu o regresso das famílias ao mercado regulado do gás, por causa dos preços recorde.
Wolfgang Rattay/Reuters
26 de Outubro de 2023 às 13:33
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Nos primeiros seis meses de 2023, Portugal foi o 6.º país da União Europeia com os preços de gás natural mais elevados. Só a Suécia, Países Baixos, Letónia, Áustria e Dinamarca registaram faturas de gás mais caras entre janeiro e junho.

No preço da eletricidade, o país também já esteve no top 10 mais caros da UE, mas a tendência inverteu-se e em 2023 foi o 10.º país da União Europeia com os preços médios mais baixos para os consumidores domésticos. Entre janeiro e junho deste ano, apenas a Bulgária, Hungria, Malta, Croácia, Polónia, Eslováquia, Espanha, Eslovénia e Luxemburgo registaram faturas da luz inferiores às famílias portuguesas. Por outro lado, Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Roménia apresentaram os valores mais elevados da eletricidade na UE.

Face ao semestre homólogo de 2022, até junho Portugal registou mesmo uma descida de 5% dos preços de eletricidade no segmento doméstico. Em Espanha, esta redução foi bem mais elevada, de 38%, revela o boletim semestral de comparação de preços de eletricidade da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, publicado esta quinta-feira. 

O documento compara os preços da eletricidade em Portugal com os preços de eletricidade dos países da Área do Euro e da União Europeia, e tem por base a informação publicada no mesmo dia pelo Eurostat, complementada com a informação de preços recolhida pela ERSE junto dos comercializadores.

No gás, Portugal registou nos primeiros seis meses do ano uma subida de 68%, mostram os dados do Eurostat, e está entre os 20 Estados-membros da UE onde esta tendência se registou. Desta forma, não só o país está acima da média da UE (+19%) e da Zona Euro (+13%), como também tem preços significativamente mais caros do que Espanha (+28%), que é o 11.º país da UE com os preços do gás mais baratos para as famílias. 

"No primeiro semestre de 2023, verificou-se que no leste da Europa se praticaram os preços mais baixos de gás natural para o conjunto de consumidores domésticos. Por outro lado, a Suécia, os Países Baixos, a Letónia e a Áustria registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia, para este segmento de consumidores", refere o regulador.

E acrescenta: "A partir do segundo semestre de 2022 verificou-se um aumento expressivo no preço médio de gás natural em Portugal. Tal reflete o aumento dos custos de gás nos mercados grossistas, a partir de 2021", diz o regulador, sublinhando que em Espanha se verificou "uma forte sazonalidade dos preços de gás natural, com valores tipicamente superiores aos de Portugal".  

Além disso, nos preços do gás pesam também impostos e taxas, sendo que "Portugal está entre os países com o peso mais elevado desta componente, no segmento doméstico".

Redução das tarifas de acesso às redes fez baixar preços da luz em Portugal 

O regulador revela que, no primeiro semestre, os preços da eletricidade em Espanha, habitualmente superiores, passaram a ser mais baixos que os de Portugal (-10%). No entanto, o país teve um preço médio inferior à União Europeia (-45%) e à Zona Euro (-41%).  

No que diz respeito à banda de consumo mais representativa no segmento residencial (consumo anual entre 2.500 kWh e 5.000 kWh), a tendência foi exatamente a mesma.  

O regulador explica que os preços da eletricidade mais favoráveis em Portugal na primeira metade de 2023, face à media da UE se explica pelo "peso negativo [-44%] na componente de impostos e taxas (que incluem os custos de interesse económico geral)". Nos primeiros seis meses do ano, os CIEG registaram então um valor negativo que originou um benefício para os consumidores. Em igual período do ano passado, a componente de taxas e impostos pesava +23%. 

"A redução significativa das tarifas de acesso às redes em 2022 e em 2023 permitiu mitigar o acréscimo de preços nos mercados grossistas, aumentando o diferencial de preços face à média da UE 27 e da Zona Euro", revela a ERSE.
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