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Polónia rejeita proposta de Bruxelas para reduzir em 15% consumo de gás natural

Tal como Portugal, Espanha e a Grécia, a Polónia confirmou a sua oposição à formulação da proposta de Bruxelas, que foi anunciada pela presidente da Comissão Europeia sob o princípio da "solidariedade" entre os parceiros europeus.

Os preços do gás natural ainda têm um forte potencial de subida este ano. A queda dos inventários, o frio e a forte procura são grandes “triggers”.
Osman Orsal/Reuters
22 de Julho de 2022 às 12:28
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A Polónia rejeitou a proposta da Comissão Europeia (CE) de reduzir o consumo de gás natural em 15%, advertiu esta sexta-feira a ministra do Ambiente polaca, Anna Moskwa, na sua conta na rede social Twitter.

A Polónia aspira a uma "solidariedade real" que tenha em conta as necessidades do país, segundo a mensagem publicada pela ministra naquela rede social.

"A CE propõe um mecanismo de solidariedade do gás para os países porque a segurança energética dos que não têm gás está em risco. Haverá o mesmo mecanismo para as taxas do ETS (Mecanismo Europeu de Controlo das Emissões Poluentes). Porque na Polónia, este imposto enfraquece o setor da energia. Esperamos [pois] solidariedade real", escreveu Moskwa.

Tal como Portugal, Espanha e a Grécia, a Polónia confirmou a sua oposição à formulação da proposta de Bruxelas, que foi anunciada na quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sob o princípio da "solidariedade" entre os parceiros europeus.

Na quinta-feira, o ministro do Ambiente português, Duarte Cordeiro, reiterou a recusa da proposta da Comissão Europeia de impor uma redução de 15% no consumo de gás e contrapôs que Portugal entende que esta questão deve ser negociada no Conselho Europeu.

"A proposta da Comissão Europeia, tal como está, não é aceitável para Portugal e há um processo negocial em curso", declarou.

Para a Polónia, a proposta da Comissão Europeia é ainda "seletiva" e exige "sacrifícios e solidariedade nalgumas áreas e não noutras" que afetam especialmente o país, nomeadamente o controlo das emissões de gases para travar o efeito de estufa, questão que preocupa Varsóvia devido à sua dependência energética do carvão.

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, assegurou recentemente que a Polónia tem as suas reservas de gás "a 78%" da sua capacidade, em comparação com a média de 30% dos restantes países da União Europeia, questionando como é que estes depósitos seriam preenchidos "a 100%".

A Polónia, por outro lado, enfrenta a possibilidade de sofrer no próximo inverno de escassez de carvão, combustível a partir do qual obtém 70% da sua eletricidade e que aquece 35% das casas no país, mas cujos efeitos em termos de poluição põem em causa o cumprimento das metas europeias.

O porta-voz do Governo polaco, Piotr Müller, por seu turno, acusou há alguns dias a Alemanha de exigir uma "solidariedade seletiva" e que esta só é "conveniente para os seus interesses".

"Gostaria de ver a mesma solidariedade do lado alemão na questão do fornecimento de armas ao leste da Ucrânia para contribuir para a segurança europeia", assinalou Müller.
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