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Petrolíferas criticam Governo por recuar nos biocombustíveis

A meta de incorporação de biocombustíveis na gasolina e no gasóleo deveria subir em 2017, mas o Governo adiou a medida. O sector diz que esta foi uma "surpresa desagradável" e fala em "prejuízos" causados com este recuo.

Bruno Simão
18 de Outubro de 2016 às 18:36
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As petrolíferas tinham tudo preparado para a subida prevista da meta de incorporação de biocombustíveis em 2017. Mas o Governo recuou na sua intenção e adiou a subida. As empresas dizem agora que vão ter de pagar os prejuízos com esta decisão inesperada.

 

"Isto é uma indústria com ciclos de investimento longos que precisa de se preparar atempadamente, e alterações feitas em cima da hora são sempre contraproducentes. Há anos que andamos a dizer que as metas definidas por Portugal eram demasiado ambiciosas e que o avanço tecnológico que se previa, em 2009, não se materializou", começou por dizer o presidente da Associação de Empresas Petrolíferas (APETRO), António Comprido.

 

"Disseram-nos sempre que não, e agora esta surpresa de haver uma derrogação desta meta vai com certeza ter algumas consequências. Poderá traduzir-se em alguns prejuízos para as empresas e em último caso para os consumidores. Não deixa de ser uma surpresa desagradável", alertou, à margem da conferência da APETRO que teve lugar esta terça-feira, 18 de Outubro, em Lisboa.

 

A meta actual exige que as empresas introduzam 7,5% de combustíveis feitos a partir de fontes renováveis - como cana de açúcar, milho, soja - na gasolina e no gasóleo. Esta meta deveria subir para os 9% em 2017, vigorando até final de 2018. "A meta tinha sido reafirmada há relativamente pouco tempo".

 

Na proposta do Orçamento do Estado para 2017, o Governo introduz "uma moratória na incorporação de biocombustíveis no gasóleo e gasolina, evitando a subida dos seus preços base".

 

Este adiamento da meta por parte do Governo levou o presidente da APETRO a considerar que a "imprevisibilidade" é o "pecado original de todos os orçamentos", especialmente no caso do investimento. "Estamos constantemente a destruir essa previsibilidade. Neste caso, mais uma vez há uma decisão que contraria essa previsibilidade e isso é mais penalizante do que as metas e os valores".

 

"Não sabemos com que linhas nos vamos coser nos próximos anos. O que dissemos, já ao governo anterior, é que o incremento das metas em Portugal era dos mais gravosos da Europa e a directiva não impunha isso. Estava nas mãos do Governo. Sem sucesso", rematou António Comprido.
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