Notícia
Petrolíferas respondem ao Governo: Margens comerciais desceram enquanto a carga fiscal cresceu
O Governo pediu um estudo sobre os preços dos combustíveis à Autoridade da Concorrência. Em reacção, o sector diz que as margens comerciais recuaram, enquanto a carga fiscal aumentou.
As petrolíferas vieram a público responder ao Governo. O sector diz que desde 2012 as margens comerciais têm vindo a recuar, ao mesmo tempo que a carga fiscal tem vindo a subir.
A Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (APETRO) diz que entre 2012 e 2016 a carga fiscal no gasóleo cresceu 8,5 cêntimos por litro, enquanto na gasolina subiu 8,3 cêntimos por litro.
"Não significa isto que a margem comercial do sector petrolífera tenha aumentado, tendo-se, aliás, verificado exactamente o contrário", defende a associação que representa empresas como a Galp, Repsol, Cepsa, BP ou a Prio.
Esta reacção surge depois do Governo ter pedido à Autoridade da Concorrência para estudar o crescimento das margens das petrolíferas.
"Saudamos a iniciativa, mais uma a juntar a outras já realizadas, que vão ao encontro da nossa política de transparência e rigor", pode-se ler no comunicado divulgado pela APETRO esta terça-feira, 10 de Janeiro.
A tutela aponta que entre 2012 e 2016 a margem bruta da gasolina do preço final antes de impostos cresceu 11 pontos percentuais, enquanto a mesma margem no gasóleo cresceu 6 pontos percentuais, segundo avançou o Expresso no dia 7 de Janeiro.
"No sentido de se determinar com o devido rigor e independência se se confirma ou não uma mudança significativa ao nível da formação dos preços, nomeadamente ao nível de um aumento da margem comercial, gostaria de solicitar um estudo para questões de falha de mercado", escreveu o secretário de Estado da Energia à Autoridade da Concorrência.
Jorge Seguro Sanches disse que a margem bruta do sector petrolífero "tem vindo a aumentar de forma particularmente significativa, desviando-se significativamente do que vinha sendo a sua média histórica".