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Novo gasoduto europeu diminui dependência da Rússia
"Hoje, começa uma nova era para a Bulgária e o sudeste da Europa", disse a presidente da Comissão Europeia na cerimónia que marcou o início das operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou hoje início das operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro como uma emancipação da Europa em relação ao gás russo.
"Hoje, começa uma nova era para a Bulgária e o sudeste da Europa", disse Von der Leyen numa cerimónia em Sófia que contou com a presença de líderes da região.
Von der Leyen disse que o novo gasoduto é um "sinónimo de liberdade" e de "emancipação do gás russo", que contribui para a "segurança energética da Bulgária e da Europa".
O interconector IGB, de 182 quilómetros de comprimento, foi inaugurado em julho, mas só começou a funcionar hoje, disse o primeiro-ministro búlgaro em exercício, Galab Donev.
O novo gasoduto permite à Bulgária, que não recebe gás da gigante russa Gazprom desde abril, diversificar as suas fontes e "ser menos vulnerável".
O país dos Balcãs, que dependia fortemente de Moscovo para a energia antes do conflito na Ucrânia, está agora ligado ao gasoduto Tanap/Tap, que transporta gás azeri do Mar Cáspio para a Europa Ocidental.
A Bulgária vai receber 01 bcm (mil milhões de metros cúbicos) por ano deste gás, para uma capacidade total de 03 bcm do novo gasoduto.
"Poderá cobrir todo o consumo de gás da Bulgária", disse a presidente da Comissão Europeia.
"Esta é uma excelente notícia em tempos muito difíceis (...). Graças a tais projetos, a Europa terá gás suficiente para o inverno", acrescentou.
Participaram na cerimónia os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliev, da Sérvia, Aleksandar Vucic, da Macedónia do Norte, Stevo Pendarovski, e da Bulgária, Roumen Radev, bem como o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
Com um custo de 220 milhões de euros, incluindo 50 milhões de euros de financiamento europeu, o projeto da ligação greco-búlgara nasceu em 2009, mas a sua construção sofreu muitos atrasos.
A guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano, e a crise energética precipitaram os esforços para concluir o projeto.
No âmbito dos esforços para reduzir a dependência da UE do gás russo, Von der Leyen assinou, em julho, em Baku, um memorando de entendimento com o Azerbaijão para duplicar as importações de gás em poucos anos.