O presidente executivo da EDP, António Mexia, garantiu aos investidores que o contexto negativo da reforma energética em Espanha não irá penalizar os accionistas da EDP: “A política de dividendos não vai mudar”, assegurou o gestor esta sexta-feira, numa conferência com analistas do mercado.

“Temos os 18,5 cêntimos de dividendo por acção como base. Iremos aumentá-lo se a companhia crescer. E não teremos qualquer alteração a esta base mínima de 18,5 cêntimos”, comentou António Mexia na “conference call” de apresentação dos resultados semestrais.

Este ano a EDP gastou um total de 671 milhões de euros com o pagamento aos accionistas, em Maio, do dividendo anual de 18,5 cêntimos de euro por acção.

O que poderá ser influenciado por Espanha, com as alterações regulatórias que irão afectar os ganhos dos produtores e distribuidores de electricidade, é a negociação de venda de activos à China Three Gorges (CTG).

O acordo com a CTG previa que, depois da aquisição de 49% da EDP Renováveis Portugal, o grupo asiático (que é o maior accionista da EDP) adquirisse posições minoritárias em alguns parques eólicos da EDP em Espanha. “Estamos a considerar outros activos noutras regiões”, explicou António Mexia.

“Agora estamos a olhar para outros sítios para compensar o atraso de possíveis transacções em Espanha. Já o estamos a fazer em conjunto com a CTG”, acrescentou.

O plano da EDP é ainda este ano chegar a acordo com a CTG para um volume de transacções no valor de mil milhões de euros, dos quais 368 milhões já foram concretizados com a venda de parte da operação eólica da EDP em Portugal.