Marrocos tem em curso um grande investimento na produção de energia devido ao aumento da procura esperado para os próximos anos. Rabat quer investir mais de 40 mil milhões de euros até 2030 na produção de energia, na sua maioria renovável, nos próximos anos e convidou as empresas nacionais a investir no país.

"Convido todas as empresas portuguesas a participarem massivamente neste grande projecto. Marrocos é o vosso país, são bem vindas a Marrocos", disse o secretário-geral do ministério da Energia de Marrocos, Abderrahim El Hafidi, esta sexta-feira, 17 de Março, em Lisboa.

"As empresas portuguesas são conhecidas pelo sua seriedade e capacidade técnica, e creio que Marrocos oferece verdadeiras oportunidades de investimento para as empresas privadas ao nível mundial", afirmou o governante ao Negócios à margem da conferência Green Business Week.

 

"As oportunidade são reais. Estamos a desenvolver 10 mil megawatts, são 42 mil milhões de euros, são projectos muito atractivos", disse.

As previstas centrais solares, eólicas, hídricas e de biomassa são abrangidas por contratos em que a electricidade é vendida a um preço fixo, conhecidos por 'power purchase agreements' ou PPA, não estando sujeitas à flutuação dos preços de mercado, explicou o responsável.

Recorde-se que Portugal e Marrocos assinaram em 2016 um acordo para estudar a construção de um cabo submarino para transportar electricidade entre os dois países. Através desta auto-estrada de energia marítima, Portugal poderia exportar electricidade para o país do Magrebe, assim como importar energia de Marrocos.

Esta sexta-feira os dois países assinaram um novo acordo de cooperação para o sector da energia, com o objectivo de estudar sinergias na área das renováveis, eficiência energética e redes de transporte.

O Governo português sublinhou que o novo acordo também vai estudar cenários na área do gás natural. "Ao nível das redes, nós temos um grande objectivo ao nível do gás, há aqui um potencial muito grande na gestão do gás entre os dois países, que já estava identificado e que vai ser reforçado", disse ao Negócios o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, durante a Green Business Week.

Entre as possibilidades que estão a ser estudadas, apurou o Negócios, encontra-se o armazenamento de gás natural detido por Marrocos no complexo subterrâneo do Carriço, que pertence à REN.