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Indústria eólica mundial regista segundo melhor ano de sempre em 2021

A indústria eólica mundial registou o segundo melhor ano de sempre em 2021, mas defende que a consecução do objetivo de emissões zero exige um progresso político para crescer mais rapidamente, anunciou esta segunda-feira um organismo do setor.

As cotadas de renováveis têm avançado para a bolsa de valores em força desde o início do ano.
Susana Vera / Reuters
04 de Abril de 2022 às 15:30
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O Global Wind Energy Council (GWEC), organismo que agrupa empresas do setor, publicou hoje em Bilbau o relatório anual sobre a evolução da energia eólica no ano passado, antes do arranque da conferência Wind Europe.

Em 2021, a indústria eólica gozou do segundo melhor ano de sempre, com uma produção de 93,6 gigawatts (GW), para elevar a capacidade total acumulada de energia eólica para 837 GW, um aumento de 12% face a 2020, apesar de um segundo ano da pandemia da covid-19.

Enquanto os dois maiores mercados do mundo, a China e os EUA, instalaram menos capacidade eólica em terra no ano passado (30,7 GW e 12,7 GW, respetivamente), outras regiões viveram um ano de recorde.

Assim, a Europa, América Latina, África e Médio Oriente aumentaram as novas instalações em terra em 19%, 27% e 120%, respetivamente.

Já o mercado eólico 'offshore' (no mar) registou o melhor ano de sempre em 2021, com 21,1 GW em serviço, triplicando em relação ao ano anterior, embora ainda seja minoritário face ao 'onshore' (em terra). A China foi responsável por 80% desse crescimento, o que a ajudou a ultrapassar o Reino Unido como o maior mercado mundial de instalações eólicas 'offshore' em instalações acumuladas.

A energia eólica terrestre representa 69 GW (78%) e a energia eólica no mar ('offshore') representa 19 GW.

A médio prazo, o crescimento estimado das instalações eólicas para os próximos cinco anos é de 6,6%, equivalente a 557 GW de instalações planeadas entre 2022 e 2026.

Apesar de dois anos de números recorde, isto "simplesmente não é suficiente" para manter o rumo de emissões zero até 2050, segundo Ben Backwell, diretor executivo do GWEC.

Especificamente, com as taxas de instalação atuais, o GWEC prevê que até 2030 haverá menos de dois terços da capacidade eólica necessária para uma via de aquecimento a 1,5°C e emissões líquidas zero.

É necessária quadruplicar as novas instalações de energia eólica nesta década para se manter neste caminho para um mundo com emissões zero.

Backwell comentou que a indústria eólica "continua a avançar e a produzir, mas o aumento do crescimento para o nível necessário para atingir as emissões zero e alcançar a segurança energética exigirá uma abordagem nova e mais pró-ativa para a elaboração de políticas em todo o mundo".

"A abordagem decisiva de questões como o licenciamento e o planeamento irá desbloquear o crescimento económico e criar milhões de empregos, permitindo que o investimento flua, ao mesmo tempo que permite um progresso rápido nos nossos objetivos climáticos. Contudo, se continuarmos com os negócios como de costume, perderemos esta oportunidade única", acrescentou.

Para Backwell, "a extrema volatilidade dos combustíveis fósseis e os preços elevados em todo o mundo são um sintoma de uma transição energética vacilante e desordenada, enquanto a invasão russa da Ucrânia expôs as implicações da dependência das importações de combustíveis fósseis".

"Os últimos 12 meses deveriam servir como um importante alerta para a necessidade de nos movermos decisivamente e mudarmos para sistemas energéticos do século XXI baseados em energias renováveis", concluiu.


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