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Indonésia suspende exportações de carvão para travar apagão em casa

Maior exportador mundial de carvão decidiu suspender, por pelo menos um mês, as vendas ao exterior, de modo a canalizar toda a produção para a geração de energia elétrica no país.

Reuters
03 de Janeiro de 2022 às 14:20
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A Indonésia, maior exportador mundial de carvão do mundo, proibiu, durante um mês, as vendas ao exterior para garantir a produção de energia em casa face ao risco de um "grande apagão".

As exportações encontram-se banidas desde sábado, dia 1, sendo que, pelo menos até ao final de janeiro, as empresas mineiras do país asiático vão ter de dedicar toda a produção para garantir que há carvão suficiente para alimentar as centrais elétricas que fornecem mais de 60% da eletricidade consumida pelo país, o quarto mais populoso do mundo e um dos dez maiores emissores de gases com efeito estufa.

"Por que razão se proíbem todas as exportações? É algo que vai além de nós: se não o fizéssemos, teríamos que desligar quase 20 centrais elétricas", afirmou o diretor geral de minerais e carvão do Ministério da Energia da Indonésia, Ridwan Jamaludin, em comunicado. "Se não tomarmos medidas estratégicas pode dar-se um grande apagão", alertou, citado pelo El País.

Está, no entanto, em cima da mesa a possibilidade de a medida ser revista nos próximos dias, dependendo da evolução da situação.

Segundo o jornal espanhol, Ahmad Zuhdi Dwi Kusuma, analista do banco indonésio Mandiri especializado em energia, alertou que o veto às exportações vai ter consequências em todo o mundo, pressionando o aumento dos preços do carvão, um minério particularmente importante nos grandes países emergentes, como a China, cujas importações bateram um recorde histórico em novembro. 

A China é o principal comprador de carvão da Indonésia, mas analistas ouvidos pela Bloomberg não antecipam um grande impacto no império do meio, já que Pequim deu luz verde ao aumento da produção interna para compensar a escassez de combustível no ano passado.

A produção recorde e o clima ameno ajudaram a encher as reservas de carvão nas centrais na China numa altura em que a procura por aquecimento aumenta com o inverno, dando garantias caso fiquem sem o principal mercado, observaram analistas do Morgan Stanley, numa nota de research.

"O impacto (da proibição das exportações indonésias de carvão) no inventário doméstico das suas centrais elétricas é, em termos globais, controlável", defendeu também o Fengkuang Coal Logistics, um think tank chinês, numa nota no WeChat, reproduzida pela Bloomberg.






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