Notícia
Governos de Costa e Passos aprovaram abate de 40 mil sobreiros em 13 anos
Destes, 35 mil foram mesmo cortados, já descontando um projeto que foi cancelado, de acordo com um levantamento do Expresso. A maior fatia é justificada com projetos na área da energia.
Os governos de António Costa aprovaram, desde 2016, o abate de 16.706 sobreiros, 60% dos quais para projetos na área da energia, segundo contas do Expresso baseadas nos despachos publicados em Diário da República.
Desde 2011 os sucessivos governos aprovaram o abate de 40 mil sobreiros, decisões justificadas por projetos de "imprescindível utilidade pública". Destes, 35 mil foram mesmo cortados, já descontando um projeto que foi cancelado.
A análise do jornal surge a propósito do despacho do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, publicado esta semana, que autoriza o corte de 1.821 sobreiros para viabilizar o Parque Eólico de Moncorvo, um projeto da EDP na zona de Sines.
Ao semanário, o Ministério do Ambiente indica que por cada sobreiro que será abatido numa área de 32 hectares nos concelhos de Sines e Santiago do Cacém serão plantados 16,5 novos sobreiros, mas a Quercus explica que a compensação será feita no Perímetro Florestal de Conceição de Tavira, no Algarve, e não na área de Sines.
Já a associação ambientalista Zero considera que o plano de compensação "não vai surtir efeitos no curto prazo face ao dano causado".
De uma forma global, quase metade das 40 mil autorizações para abate aprovadas desde 2011 (uma delas, de 5 mil sobreiros, para a barragem de Girabolhos, um projeto cancelado) são justificadas por projetos na área da energia.