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Governo quer encerrar centrais a carvão e aponta para redução de custos para os consumidores
As metas em termos de descarbonização traçadas pelo Governo fundamentam a intenção de encerrar as centrais a carvão em operação. Embora reconheça que as renováveis estão associadas a rendas excessivas, Matos Fernandes acredita que esta energia está a entrar numa fase benéfica em termos de custos aos consumidores.
O ministro do Ambiente e Transição Energética, João Matos Fernandes, assume como objetivo o encerramento das centrais a carvão, a bem dos objetivos de transição energética. Garante ainda ganhos nos preços da energia para os consumidores decorrentes da prioridade dada às renováveis pelo Governo.
"Necessitamos, com urgência, e por razões de política climática, de encerrar as duas centrais a carvão", declarou João Matos Fernandes perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade, esta terça-feira, 19 de março. Quer fazê-lo assim que possível, assegurando a segurança do abastecimento.
Matos Fernandes argumenta que "neste momento, no advento de uma terceira fase, na qual a produção (de fontes renováveis) tem custos inferiores aos do mercado" será possível um "sobreganho para os consumidores" e uma redução dos custos para os mesmos. O governante afirma mesmo que as medidas na agenda do atual Governo "levarão a uma redução do custo para os consumidores".
O ministro da Ambiente reconhece uma associação entre renováveis e rendas excessivas que considera prejudicial para um caminho que "não deve ser interrompido" mas sim "reforçado". "O ambiente crispado que existia no país e que não poderia deixar de condicionar os investidores, situação que vinha já do anterior Governo, obrigava a um discurso político diferente, cuja responsabilidade assumo por inteiro", disse, defendendo que "é fundamental gerar um novo clima de diálogo. E confiança para com os promotores".
"Sabemos que um país com recursos para gerar 100% da eletricidade que consome, mas que importa 70 milhões de barris de petróleo e que ainda "perde" mais de 400 milhões de euros por ano com subsídios ambientalmente perversos na promoção de combustíveis fósseis, tem de assumir uma política mais ambiciosa", defendeu Matos Fernandes.