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Gasolina volta a subir 1 cêntimo por litro na próxima semana. Gasóleo inalterado
Os preços dos combustíveis deverão sofrer tendências díspares a partir da próxima semana, com a gasolina a manter a tendência ascendente ao passo que o gasóleo fará uma nova pausa.
De acordo com os cálculos do Negócios, há margem para uma subida de cerca de 1 cêntimo no caso da gasolina simples 95 para os 1,677 euros por litro, o que significa que só este ano o preço deste ativo está 25 cêntimos mais caro, face a dezembro do ano passado.
Apesar desta tendência ascendente do preço dos combustíveis, a cotação do Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - está a cair há três semanas consecutivas, sendo que até à hora desta notícia acumula uma desvalorização de 2,5% para os 73,62 dólares por barril.
Semana agitada entre gasolineiras e Governo
Esta semana foi marcada por uma disputa entre o Governo e as gasolineiras, depois de o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, ter proposto um decreto-lei para que permitirá ao Executivo atuar sobre as margens de comercialização, de forma a evitar "subidas duvidosas". Face a esta ameaça, as gasolineiras criticam, atirando responsabilidade, pelos preços elevados, para os impostos aplicados pelo Estado.
Matos Fernandes explicou pretender, com esta proposta, fazer com que o "mercado dos combustíveis reflita os seus verdadeiros custos". E explicou no Parlamento: "Ou seja, quando se verifique uma descida, que a mesma seja sentida e apropriada pelos consumidores, ao invés de apropriada pelas margens de comercialização."
Esta vontade do Governo surge depois de publicado, no mesmo dia, do relatório da ENSE - Entidade Nacional para o Setor Energético, que revela uma subida destas margens. Entre o final de 2019 e junho deste ano, realça, as gasolineiras arrecadaram, em termos brutos, mais 36,62% (6,9 cêntimos) na gasolina e 5,08% (1 cêntimo) no gasóleo. Agora, no último mês do semestre de 2021, por cada litro consumido nos postos de abastecimento, a marca em questão fica com 27 cêntimos no caso da gasolina e 21 cêntimos no gasóleo.
Mas de acordo com os dados da Apetro, quase dois terços do preço que cada português paga pelos combustíveis correspondem a impostos. Muito mais, por exemplo, do que a própria cotação da matéria-prima.
Os cálculos têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra.
Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Os cálculos do Negócios têm por base contratos diferentes dos seguidos pelas petrolíferas (ainda que a evolução costume ser semelhante), sendo que os dados disponíveis para o Negócios só estão disponíveis até quinta-feira (faltando um dia de negociação).