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Francesa Schneider Electric está de olho nos data centers para crescer em Portugal
A nova "country manager" para o país, Aroa Ruzo, está a trabalhar no plano estratégico para os próximos anos em Portugal e a decidir que tipo de investimentos fará a empresa nas áreas-chave da transição energética.
À boleia da eletrificação dos consumos e de vários setores económicos, no contexto da transição energética em todo o mundo, a tecnológica francesa Schneider Electric registou receitas recorde a nível global no terceiro trimestre de 2024: 9,3 mil milhões de euros. O grupo fechou o período entre janeiro e setembro com receitas de 27.484 milhões de euros e espera cumprir as estimativas para o total de 2024 com um crescimento orgânico entre 6 e 8% face ao ano passado.
A empresa não desvenda dados para Portugal mas, por regiões, sinaliza que a Europa Ocidental (responsável por 22% das receitas do terceiro trimestre) aumentou 0,3% organicamente entre julho e setembro.Na vizinhança, o bom desempenho foi liderado por Itália, que cresceu a dois dígitos com base nos projetos de data centers e edifícios. França, Reino Unido Espanha também cresceram, enquanto a Alemanha estabilizou.
Em Portugal e Espanha, a empresa assinala o facto de que 12 das suas 18 instalações ibéricas são já "zero CO2", e que 17 utilizem 100% de energia renovável. "Desde 2017, a nível ibérico, a Schneider Electric reduziu em 86% as suas emissões e os seus consumos em 13.4% em comparação com 2019, através de um programa de descarbonização estruturado", refere a empresa.
Também por cá a empresa implementou a plataforma de Circular Place, um "marketplace" para dar uma segunda vida a excedentes de material elétrico, oferecendo-os a orhanizações não governamentais. Até ao momento, em 2024 foram doadas 21.702 unidades em Portugal, o que permitiu poupar 8.020kg de resíduos.
Além disso, a Schneider Electric conta desde o dia 1 de julho com uma nova "country manager" em Portugal, a espanhola Aroa Ruzo, que está de volta à Península Ibérica depois de 11 anos a trabalhar no Chile e em outros países da América Latina. Há 16 anos na empresa, era até agora vice-presidente para a área de Casa, Distribuição e E-commerce para a América do Sul. Veio substituir Victor Moure, que estava no cargo desde setembro de 2021 e agora regressa a Espanha para ser vice-presidente para a área de Energia.
Em entrevista ao Negócios, Aroa Ruzo diz que quer "fazer crescer ainda mais a Schneider Electric em Portugal". Sobre o país diz que "é um mercado muito competitivo e com um grande potencial de crescimento de inovação, o que oferece as bases necessárias para impulsionar eficazmente a missão de digitalização, eletrificação e sustentabilidade".
Olhando para os últimos anos, a nova country manager diz que o crescimento que a Schneider Electric tem tido em Portugal é impressionante. "Somos uma empresa que está muito focada na eficiência energética, na sustentabilidade, em tudo o que tem a ver com carregadores elétricos. O contexto do país facilitou que o crescimento fosse muito forte", disse, revelando que está neste momento a trabalhar no plano estratégico para os próximos anos em Portugal e a decidir que tipo de investimentos fará a empresa nas áreas-chave da transição energética. Aqui incluem-se data centers, para os quais o país tem uma localização privilegiada, a eletrificação dos edifícios e as cidades eficientes e sustentáveis.
"O objetivo é continuar a acelerar estas áreas. São os três eixos principais para sustentar o crescimento em Portugal. Também vamos trabalhar mais com as PME para suportar o seu crescimento. Portugal tem uma rede muito importante de pequenas e médias empresas e a nossa estratégia é continuar a trabalhar com elas para potenciar a transformação digital e a parte de eficiência energética", rematou.