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Espanha rejeita proposta de redução de 15% no consumo do gás na UE

Teresa Ribera considerou que a ideia "não é necessariamente a mais eficaz, nem a mais eficiente, nem a mais justa".

Julien Warnand/ EPA
20 de Julho de 2022 às 23:39
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O Governo espanhol rejeitou esta quarta-feira a proposta da Comissão Europeia de uma redução de 15% no consumo de gás na União Europeia (UE) até à primavera, numa altura em que se prepara para um possível corte de fornecimento russo.

"Defendemos os valores europeus, mas não podemos assumir um sacrifício sobre o qual nem sequer nos pediram parecer prévio", disse a terceira vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, Teresa Ribera, em conferência de imprensa.

Teresa Ribera considerou que a ideia "não é necessariamente a mais eficaz, nem a mais eficiente, nem a mais justa".

"Aconteça o que acontecer, as famílias espanholas não vão sofrer cortes de gás ou eletricidade nas suas casas", acrescentou, insistindo que Espanha também "vai defender a posição" da sua indústria.

A Comissão Europeia propôs hoje uma meta para redução do consumo de gás na União Europeia (UE) de 15% até à primavera, quando se teme corte no fornecimento russo, admitindo avançar com redução obrigatória da procura perante alerta.

Num pacote hoje publicado sobre "poupar gás para um inverno seguro", o executivo comunitário aponta que "a UE enfrenta o risco de novos cortes no fornecimento de gás da Rússia, devido ao armamento das exportações de gás do Kremlin, com quase metade dos Estados-membros já afetados por entregas reduzidas".

"Tomar medidas agora pode reduzir tanto o risco como os custos para a Europa em caso de maior ou total perturbação, reforçando a resiliência energética europeia e, por conseguinte, a Comissão propõe hoje um novo instrumento legislativo e um Plano Europeu de Redução da Procura de Gás, para reduzir a utilização de gás na Europa em 15% até à próxima primavera", anuncia a instituição.

Apontando que "todos os consumidores, administrações públicas, famílias, proprietários de edifícios públicos, fornecedores de energia e indústria podem e devem tomar medidas para poupar gás", a Comissão Europeia vinca que irá, também, "acelerar o trabalho de diversificação da oferta, incluindo a compra conjunta de gás para reforçar a possibilidade da UE de obter fornecimentos alternativos de gás".

Como a agência Lusa já tinha antecipado na terça-feira, previsto está que a Comissão Europeia possa declarar uma situação de emergência na União Europeia (UE) perante um eventual corte do fornecimento de gás russo, com o racionamento e a redução do fluxo a serem medidas de último recurso.

Esta situação de alerta nomeadamente regional já está prevista no regulamento existente relativo à segurança do aprovisionamento de gás, que surgiu após crises energéticas anteriores e que prevê três níveis nacionais de crise (alerta precoce, alerta e emergência), mas o que Bruxelas propõe agora é um novo regulamento sobre medidas coordenadas de redução da procura de gás.

"O novo regulamento estabeleceria um objetivo para todos os Estados-membros de reduzir a procura de gás em 15% entre 01 de agosto de 2022 e 31 de março de 2023. O novo regulamento daria igualmente à Comissão a possibilidade de declarar, após consulta dos Estados-membros, um 'alerta da União' sobre a segurança do aprovisionamento, impondo uma redução obrigatória da procura de gás a todos os países", precisa a instituição.



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