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ERSE avisa EDP que instalação de contadores inteligentes "tem de acelerar"

Cristina Portugal, presidente da ERSE, defende que os prazos fixados para a instalação de contadores inteligentes são "razoáveis" e, por isso, avisa que a EDP tem de acelerar o processo.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Setembro de 2019 às 09:58
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A presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Cristina Portugal, avisa a EDP que o processo de instalação dos contadores inteligentes, para que as empresas comecem a cobrar consumos reais, "tem de ser acelerado". O alerta é dado em entrevista ao Público e à Renascença, publicada na edição desta quinta-feira, 19 de setembro.

A ERSE fixou o ano de 2020 como prazo para que as empresas de energia comecem a cobrar consumos reais, em vez de fazerem a leitura por estimativa. Contudo, a EDP já admitiu que, em 2023, só 80% dos contadores estarão ligados a redes inteligentes. A presidente do regulador rejeita antecipar se haver penalizações para a elétrica, mas deixa avisos.

"Não vamos antever o cumprimento ou não cumprimento. Vamos ver. Os prazos fixados são prazos razoáveis. Em Espanha, 98% já estão ligados à rede inteligente. Admitimos que [em Portugal] possa não surgir tudo ao mesmo tempo e em todas as zonas, mas tem de facto de ser acelerado", disse na entrevista.

E acrescenta: "Este processo é vantajoso para os consumidores. A leitura por estimativa e as faturações continuam a ser aquilo que mais preocupa os consumidores".

Cristina Portugal abordou ainda a comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas, que sugeriu à ERSE que implemente medidas concretas para obter a recuperação das vantagens obtidas pelos produtores, por exemplo, ou a suspensão da titularização da dívida tarifária. Algumas destas, diz, já estão a ser implementadas.

"A comissão parlamentar de inquérito fez um trabalho notável. Tomámos em muito boa consideração as sugestões. Algumas até já estão em implementação. Separando o que é a política e a regulação, não deixaremos de fazer o nosso trabalho", afirma a responsável.

A presidente da ERSE rejeita, por outro lado, que o regulador tenha falhado no caso das rendas rendas excessivas. "Não é uma crítica justa. A ERSE pregou sozinha na denúncia de uma série de situações e demonstrando que haveria consequências em determinadas matérias".
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