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Endesa pode entregar todo o lucro de 2015 aos accionistas
A remuneração accionista da eléctrica espanhola tem de subir 5% todos os anos. Se forem superiores ao montante a pagar, os lucros da Endesa podem ser todos destinados aos accionistas. A Enel é a grande beneficiária.
A eléctrica espanhola Endesa está disponível para distribuir todo o seu lucro de 2015 pelos accionistas. A intenção foi reforçada esta quarta-feira, 25 de Fevereiro, no comunicado de apresentação de contas do ano passado, em que o resultado líquido disparou 78%. "Desde que as condições exigidas sejam cumpridas."
"O conselho de administração pretende, em 2015, pagar como dividendo 100% do lucro atribuível resultante das declarações financeiras consolidadas das empresas, se este montante for superior ao número alcançado depois de aplicar a subida mínima anual de 5% do dividendo ordinário", indica o documento divulgado.
Ou seja, todos os anos, a remuneração aos accionistas, da qual a eléctrica italiana Enel é a grande beneficiária por deter 70% do capital, tem de subir 5% face ao anterior.
Em relação aos resultados de 2014, de 3.337 milhões de euros, os accionistas já receberam 38 cêntimos a 2 de Janeiro. Mas também há 38 cêntimos adicionais a propor na próxima assembleia-geral. Ao todo, o dividendo bruto é de 76 cêntimos. São 805 milhões de euros. Assim, o valor do dividendo de 2015 terá de ser 5% superior. Se os lucros forem superiores a esse montante, distribuem-se todos os lucros.
A distribuição de 100% dos resultados só acontece "desde que as condições exigidas sejam cumpridas", embora não sejam especificadas. Esta é a política de remuneração accionista entre 2014 e 2016.
No ano passado, como diz a empresa em comunicado, a Endesa pagou dois dividendos extraordinários. 7,765 euros por acção foram pagos num total de 8.253 milhões, "equivalente ao recebido pela Endesa com a venda das operações latino-americanas à Enel". Também houve uma outra remuneração de 6.353 milhões de euros, 6 euros por acção. Ao todo, foram 14.606 milhões de euros.
A grande maioria desta remuneração tem a eléctrica italiana Enel como destino, já que 70% do capital está nas suas mãos. A gestora de fundos Capital Research and Management Company tem 4,8%. O restante está disperso por accionistas.
As acções da eléctrica somam 4,15% para 17,81 euros na bolsa de Madrid. A empresa está presente em Portugal desde 1993.