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Endesa acusa Bloco de Esquerda de “talibanismo” nas rendas excessivas
Nuno Ribeiro da Silva, diretor-geral da Endesa em Portugal, acusa o Bloco de Esquerda de "talibanismo" na forma populista como aborda o tema das rendas excessivas na energia e como aponta o dedo às grandes empresas do setor.
Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, Nuno Ribeiro da Silva, que foi uma das figuras ouvidas na comissão parlamentar de inquérito sobre as alegadas rendas excessivas no setor da energia, diz que o relatório preliminar tem "leituras muito marcadas e muito unilaterais".
"São conhecidas as opiniões do Bloco de Esquerda e do deputado relator [Jorge Costa] destas 200 horas da comissão de inquérito. Há manifestamente leituras muito marcadas e muito unilaterais dos variadíssimos tópicos que foram analisados", refere, não descartando, porém, que possam existir, "numa situação ou noutra, casos em que as coisas pudessem ter sido feitas de outra forma".
O diretor-geral da Endesa Portugal foi ouvido na comissão de inquérito porque a central a carvão do Pego, explorada pela empresa desde 1993, mantém até hoje um contrato de aquisição de energia (CAE) que nunca foi transformado em CMEC, como aconteceu com a EDP.
Questionado sobre a possibilidade de existirem consequências políticas desta comissão para ressarcir os consumidores, como pediu a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, o responsável é peremptório: "Julgo que não. Isso faz parte do populismo com que o BE tem abordado este tema", diz.
"É evidente que colhe bater e apontar o dedo ao que, na opinião pública, são vistas como as grandes empresas, os grandes monopólios, os poderosos", aponta, citado pela TSF. "Lamento, mas a base do setor elétrico é feita por razões económicas e técnicas em grandes empresas, como são outros setores das telecomunicações, do petróleo, etc, e não é por isso que têm de ser apedrejadas na praça pública numa operação de talibanismo".