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Lucros da EDP recuam 7% no primeiro semestre

A eléctrica portuguesa registou uma descida do resultado líquido penalizada pelo pagamento da contribuição extraordinária sobre o sector energético e também pelas condições climatéricas.

O Haitong avalia as acções da EDP em 3,35 euros, o que implica um potencial de valorização 19%. A recomendação é de comprar.

O banco de investimento assinala que a EDP está a negociar com “múltiplos muito atractivos”, apesar dos factores favoráveis que deverão impulsionar os resultados no segundo semestre, tais como as boas condições na geração de energia e a valorização do real. Se a avaliação da EDP tivesse em conta os preços-alvo da Haitong para a EDP Renováveis e EDP Brasil, e não as cotações actuais, a avaliação da EDP seria de 3,63 euros.

O Haitong destaca que a cotada liderada por António Mexia está exposta ao risco soberano de Portugal, pelo que um agravamento nos “spreads” da dívida portuguesa “terá um impacto negativo na acção”. Isto apesar de a EDP estar a reduzir o endividamento, o custo da dívida (30 pontos base entre 2016 e 2018) e ter as suas necessidades de financiamento cobertas até 2019.
Miguel Baltazar/Negócios
30 de Julho de 2015 às 16:42
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A EDP registou lucros de 587 milhões de euros no primeiro semestre, menos 7% face a período homólogo. A energética lucrou menos 47 milhões de euros face ao ano passado, penalizada pelos 65 milhões de euros pagos pela contribuição extraordinária sobre o sector de energia (CESE) em Portugal. Ao mesmo tempo, nas contas da eléctrica também pesaram as "condições mais adversas para a produção hídrica e eólica nos principais mercados da EDP".

Este valor superou as estimativas dos analistas por ficar acima dos 459 milhões de euros de lucros previstos pelos analistas do CaixaBI.

O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) do grupo EDP ascendeu a 2.131 milhões de euros, mais 7% face ao ano anterior. Este aumento deveu-se a um ganho de 295 milhões de euros decorrentes da compra a desconto à Eneva de 50% da central termoeléctrica de Pecém no Brasil, enquanto a venda de activos de gás em Espanha à Redexis rendeu 89 milhões de euros.

Já o EBITDA na Península Ibérica recuou 12% para 1.083 milhões de euros depois de um semestre de 2014 "especialmente forte", com "maior hidraulicidade e volatilidade dos preços".

Na EDP Renováveis, o EBTIDA cresceu 11% para 548 milhões de euros devido ao acréscimo de capacidade média em operação (+7%), um preço médio mais elevado em Espanha e nos Estados Unidos, e pela valorização do dólar face ao euro (+23%).

No Brasil, o EBITDA cresceu 88% para 501 milhões de euros devido ao ganho decorrente da aquisição à Eneva dos restantes 50% de Pecém. Já o défice de geração hídrica devido ao efeito da seca recuou 20% no primeiro semestre, com um impacto global de menos 88 milhões no EBITDA.

Já a dívida líquida aumentou 700 milhões de euros para um total de 17,7 mil milhões de euros devido ao impacto cambial adverso da apreciação do dólar face ao euro e pelo impacto cambial e pela aquisição e consolidação integral de Pecém I.

É de sublinhar que a produção da EDP recuou 1,5% no primeiro semestre deste ano face ao período homólogo, conforme anunciou a empresa em meados de Julho. Esta quebra foi provocada pelos"recursos eólicos e hídricos mais fracos", isto é, a produção foi afectada por o vento soprar menos e pelas barragens terem menos água.

A produção hídrica no mercado ibérico liberalizado recuou 29%, enquanto a produção eólica e solar recuou 13% em Portugal e 7% em Espanha. A produção hídrica e eólica representou 64% da produção total no primeiro semestre.

(Notícia actualizada às 17:12)
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