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EDP Renováveis sai da Colômbia com perdas potenciais de 700 milhões

O braço verde da EDP decidiu não avançar com o investimento na Colômbia, um mercado onde entrou em 2019.

A EDP e a EDP Renováveis, ambas lideradas por Miguel Stilwell d’Andrade, desvalorizam 20,5% e 30,3%, respetivamente, este ano na bolsa de Lisboa.
Miguel Baltazar
19 de Dezembro de 2024 às 17:19
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A EDP Renováveis não vai avançar com os investimentos nos projetos eólicos na Colômbia. Cinco anos depois de ter conquistado os primeiros contratos, sai do país com uma perda potencial de 700 milhões de euros. A decisão vai impactar nas contas, mas não nos dividendos.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o braço verde da EDP estima "perdas potenciais associadas a estes projetos de até 0,7 mil milhões de euros, incluindo a imparidade total dos projetos e 0,2 mil milhões de euros relativos a garantias e passivos estimados potencialmente a pagar no futuro".

"Estes montantes serão tratados como eventos não recorrentes, não tendo impacto nem no lucro líquido recorrente nem na política de dividendos da empresa", acrescenta a companhia liderada por Miguel Stilwell d'Andrade. Para a EDP, "as perdas potenciais estimadas são de 0,5 mil milhões, líquido de minoritários", refere num outro comunicado.

A empresa cita "atrasos significativos" em processos de licenciamento ambiental para a linha de transmissão. Mesmo após uma mudança de Governo em 2022 e os ajustes solicitados pela EDP Renováveis, a resposta na forma de um decreto "foi anulado judicialmente em outubro de 2023, mantendo a situação desequilibrada dos projetos".

Face a esta situação, a EDP renegociou 80,7% dos volumes totais de energia dos PPAs, que tinha ganho no leilão de outubro de 2019, com a consequente suspensão da entrega de energia por mais de dois anos.

"Entretanto, a licença ambiental para a linha de interligação foi submetida à Autoridade Nacional de Licenciamento Ambiental (ANLA) e espera-se que seja concedida em fevereiro de 2025. No entanto, até hoje, não foi alcançada visibilidade sobre a melhoria do quadro de receitas reguladas, como as reformas do mecanismo 'cargo por confiabilidad' e outras medidas potenciais que a EDPR e a associação de energias renováveis da Colômbia defenderam como cruciais para permitir a construção de projetos eólicos", pode ainda ler-se no comunicado.

Posto isto, "após uma revisão detalhada dos projetos, e dado tudo o que foi já mencionado, a EDPR considera que estes projetos não cumprem os critérios de investimento e perfil de risco da empresa, e, portanto, decidiu não avançar com os investimentos restantes necessários para construir os parques eólicos".

A caminhada da EDP Renováveis na Colômbia começou em 2019 através de dois projetos, Alpha e Beta, com uma capacidade total de 0,5 GW, localizados na região de La Guajira, "uma boa localização em termos de recursos eólicos, e uma geração esperada de 2,5 TWh/ano, que contribuiria de forma decisiva para a diversificação energética e os objetivos nacionais de transição da Colômbia".

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