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EDP perde 136 mil clientes no gás e reduz preços da luz em 3% nos primeiros meses de 2023

A CEO da EDP Comercial reconhece que existem ofertas mais competitivas no mercado liberalizado, mas frisou que os preços da empresa estão 4% abaixo das tarifas reguladas.

DR
02 de Março de 2023 às 17:38
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A CEO da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, revelou esta quinta-feira que a empresa perdeu cerca de 136 mil clientes no segmento de comercialização de gás desde que foram anunciados aumentos de preços na ordem dos 30 euros por mês a partir de janeiro de 2023. 

"Saíram da EDP Comercial nos últimos meses, desde as alterações de preços, cerca de 136 mil clientes, de uma base com pouco mais de meio milhão de clientes residenciais de gás", anunciou. 

Ao mesmo tempo, a responsável garantiu esta quinta-feira que no início deste ano houve uma redução de preços da eletricidade que cobra aos seus clientes em Portugal de cerca de 3% (acima da queda de 2,5% anteriormente anunciada), face aos preços praticados no segundo semestre de 2022. "Isto em cima de um 2022 muito marcado pela volatilidade dos preços nos mercados grossistas". 

Esta redução inclui o valor do ajuste do mecanismo ibérico, que em janeiro e fevereiro, esteve perto de zero ou mesmo com valores negativos.  

Reconhecendo que existem ofertas mais competitivas face às tarifas da EDP no mercado liberalizado, a responsável da comercializadora frisou que por comparação com o mercado regulado os preços da EDP Comercial estão "3 a 4% abaixo" das tarifas definidas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.  praticados. 

 "A EDP tem tentado praticar uma política de estabilidade de preços ao longo do ano, com variações e ajustes muito pequenos", disse Vera Pinto Pereira, explicando que foi esse o cenário ao longo de 2022, quando a empresa "teve talvez dos preços mais competitivos de mercado". 

Por seu lado, o CEO da EDP, Miguel Stilwell frisou que "os consumidores em Portugal foram beneficiados e até têm tido preços muito estáveis face ao resto da Europa e aumentos residuais muito abaixo da inflação, o que prova a resiliência e o esforço do sistema elétrico nacional", graças à existência de muitas renováveis". Um cenário "muito diferente de espanha, onde os preços estão indexados eo mercado spot" e os consumidores são mais afectados. 

Quanto à possibilidade de passar a pagar IMI sobre as barragens que detém em Portugal, após um despacho do Governo nesse sentido, o responsável da EDP frisou que a empresa "cumpre as suas obrigações fiscais", mas deixou bem claro que na sua opinião "um imposto como o IMI não se aplica a este tipo de bens".

"Não compreendemos o que é que pode ter mudado, para o Governo tomar esta decisão e aguardamos por mais dados para nos pronunciarmos", disse Stilwell, revelando também que a EDP "ainda não foi inquirida" na investigação que decorre sobre a venda de seis barragens no Douro à francesa Engie. 

Apesar de um "prejuízo muito relevante em Portugal", com perdas históricas em 2022 de 257 milhões de euros, o CEO garante que isso "não coloca em causa a presença da empresa no país, tal como não colocou no passado". "Conseguimos absorver impactos", garantiu.

Em setembro de 2023, a EDP produzirá a primeira molécula de hidrogénio verde em Portugal, na central do Ribatejo, no âmbito de um projeto-piloto, anunciou a empresa, que se quer ver livre do carvão até 2025 mas manterá ainda o gás natural, "que vai continuar a fazer parte do mix energético até ao final da década". 

Quanto aos leilões de energia eólica offshore, que o Governo lançará no final do ano, a EDP diz que ainda não tomou nenhuma decisão, estando ainda à espera do caderno de encargos. "Temos uma presença forte no offshore, com a Ocean Winds e vamos analisar os leilões de portugal. Se fizer sentido investir, faremos uma proposta".
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