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EDP com prejuízos de 76 milhões no primeiro trimestre de 2022

A EDP apresentou esta quinta-feira os resultados do primeiro trimestre de 2022. A elétrica liderada por Miguel Stilwell registou prejuízos de 76 milhões de euros.

Miguel Baltazar
05 de Maio de 2022 às 17:26
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A EDP fechou os primeiros três meses do ano com prejuízos de 76 milhões de euros, informou esta quinta-feira a elétrica em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Em termos homólogos, trata-se de uma queda de 256 milhões de euros. Há um ano, a empresa liderada por Miguel Stilwell d'Andrade registava lucros de 180 milhões de euros. 

Os resultados ficaram aquém das expetativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam para prejuízos de apenas 43,4 milhões de euros. Olhando para todo o ano de 2022, os especialistas ouvidos pela agência norte-americana esperam que a energética arrecade um lucro de 859 milhões de euros, com um EBITDA de 3,91 mil milhões de euros.   

Com um arranque de ano no vermelho (um cenário pouco comum), explica a elétrica que o resultado da empresa até março foi "fortemente impactado pela seca extrema em Portugal no inverno 2021/2022, o mais seco dos últimos 90 anos, que resultou num défice recorde de produção hídrica no mercado ibérico" (-2,6 TWh), o que resultou em menos 400 milhões de euros no período.

Para compensar a falta produção hídrica (renovável), a EDP registou um "aumento significativo do recurso à produção térmica no mercado ibérico [quase mais 160% com recurso a gás natural e mais 162% com carvão em Espanha, ambas fontes fósseis e poluentes], que aumentou para 2,4TWh". Resultado: as emissões poluentes da empresa também aumentaram 35% neste início de 2022, face ao período homólogo. 

Outro impacto importante no trimestre esteve relacionado com a volatilidade nos mercados grossistas, que retiraram também mais 400 milhões às contas da EDP. 

"Este défice hídrico resultou na necessidade de um volume equivalente de compras de eletricidade no mercado grossista ibérico, por forma a satisfazer o consumo da carteira de clientes, num trimestre de preços máximos históricos (preço médio de eletricidade de 229 euros por MWh no primeiro trimestre, uma subida homóloga de 407%)", refere a empresa em comunicado, sublinhando o prejuízo causado pelo "forte aumento do custo da eletricidade vendida, não repercutido na carteira de clientes".

Em termos de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a EDP apresentou uma queda de 18% para 710 milhões no primeiro trimestre (face aos 864 milhões no período homólogo). A elétrica revela que as perdas associadas ao "elevado défice hídrico na Península Ibérica" foram "apenas parcialmente compensadas pelo desempenho positivo das restantes áreas de negócio". Disso é exemplo a EDP renováveiscujo EBITDA cresceu 46% (+125 milhões de euros) para 394 milhões de euros. 

No entanto, na decomposição do EBITDA do grupo EDP vê-se que a área das renováveis é a única a cair (-9%), muito por conta das barragens paradas em Portugal e Espanha. 

Já o segmento de redes de eletricidade apresentou uma subida de 17% (+53 milhões) do EBITDA para 362 milhões, com destaque para um aumento de 51% nas redes de eletricidade no Brasil, "resultante do plano de investimentos nas redes de distribuição e transmissão, incluindo a conclusão da aquisição da CELG-T em fevereiro de 2022". 

No que diz respeito ao investimento, aumento para os 2,3 mil milhões este trimestre (mais de três vezes).
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