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EDP Brasil duplica aposta em distribuição e investe na energia solar
A EDP Brasil duplicou a aposta em redes de distribuição de energia e aumentou os investimentos em energia solar para mitigar riscos e cumprir as metas de cinco anos no Brasil, disse João Marques da Cruz, novo presidente da empresa.
11 de Maio de 2021 às 17:56
O executivo, que assumiu funções de presidente da EDP Brasil em fevereiro passado, afirmou numa entrevista à agência Lusa que o objetivo de sua gestão é atingir as metas do plano estratégico para o período de 2021-2025, que incluem investimentos de 10 mil milhões de reais (1,5 mil milhões de euros na cotação atual) e está balizado em dois vetores principais: redes de distribuição e transmissão de energia e geração de energia solar.
"As prioridades [da EDP Brasil] são arrojadas e a empresa em 2025 será melhor do que é hoje, mas será uma empresa diferente. Em termos de geração [de energia] terá mais sol [energia solar] e menos água [energia hidroelétrica] e em termos de redes será maior do que os ativos de redes que temos hoje", frisou.
Segundo Marques da Cruz, o plano estratégico tem como objetivo mitigar os riscos de operação no Brasil.
"Nós temos usinas [centrais] hídricas que são muito boas, mas o Brasil tem uma seca estrutural. Obviamente, que há anos mais húmidos e há anos mais secos, mas antigamente havia uma média. Agora, a dita média de anos secos e húmidos estão [com] mais [anos] secos do que húmidos. Os anos secos estão mais frequentes e isto faz uma pressão no preço", explicou.
"É muito importante reduzir o risco hídrico não a geração, e nós queremos continuar a apostar na geração [de energia] e o sol há sempre. Logo a aposta mais sol, menos água nos permite reduzir o risco", acrescentou.
Além de mitigar riscos de operação no país sul-americano, onde a EDP obteve lucro líquido de 1,5 mil milhões de reais (235 milhões de euros) em 2020, Marques da Cruz disse que empresa privilegiará uma adaptação à transição energética a partir de um investimento de seis mil milhões de reais (940 milhões de euros) em redes de distribuição, o dobro do que foi investido nos cinco anos anteriores.
"Adaptarmos a transição energética é investir na modernização das redes e investir na geração descentralizada solar. A razão [do plano estratégico tem a ver] com as alterações climáticas e o risco hidrológico e a adaptação da transição energética que será uma realidade no Brasil", destacou.
O presidente da EDP Brasil destacou que "as redes são a prioridade número um. O solar é uma prioridade para substituição de algum [empreendimento] hídrico".
A empresa estima investir três mil milhões de reais (471 milhões de euros) em energia fotovoltaica para atingir a geração de 1GWp, aumentando em 20 vezes a sua produção atual neste segmento no Brasil.
Questionado sobre informações acerca da intenção da empresa em vender três hidroelétricas no Brasil, Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, ambas no estado brasileiro do Amapá, e Mascarenhas, no Espírito Santo, que somadas tem capacidade para produzir 800 megawatts, Marques da Cruz não confirmou as negociações.
"Não confirmo [a intenção de] venda [das hidroelétricas] mas confirmo que nós, em relação a estas 'hídricas' estamos escutando o mercado. É verdade que estamos escutando o mercado e em função de uma auscultação, nesta fase atual, ainda não vinculante, é que decidiremos se queremos fazer venda ou não", afirmou.
Marques da Cruz acrescentou que a EDP Brasil não confirma nenhuma intenção porque ainda não existe "nenhuma decisão formal de venda".
"Mas, é verdade que estamos escutando o mercado", e portanto, segundo o executivo, aquela hipótese também não está descartada.
A EDP Brasil divulgará informações sobre seu desemprenho financeiro no primeiro trimestre do ano de 2021 na quarta-feira (12).
Questionado sobre se vê com otimismo as condições do mercado brasileiro, país duramente atingido pela pandemia de covid-19 e que antes da crise sanitária apresentava uma lenta recuperação de uma recessão registada nos anos de 2015 e 2016, o responsável respondeu afirmativamente.
"É evidente que o Brasil, do ponto de vista económico, tem vivido muitos ciclos, vários problemas (...) Nós estamos numa fase que basta ler qualquer jornal para perceber que há um afluxo de capitais para fora do Brasil. O saldo líquido de capitais curativos, das empresas, está mais no sentido de saída do que da entrada, mas nós apostamos no Brasil", apontou.
"Nós acreditámos estruturalmente no Brasil. É evidente que a EDP define regras de exposição aos mercados, que são públicas, há um limite, mas estamos longe deste limite e por isto achamos que há oportunidade no Brasil em redes [de transmissão de energia] e energia solar e vamos investir nestes segmentos", concluiu.
"As prioridades [da EDP Brasil] são arrojadas e a empresa em 2025 será melhor do que é hoje, mas será uma empresa diferente. Em termos de geração [de energia] terá mais sol [energia solar] e menos água [energia hidroelétrica] e em termos de redes será maior do que os ativos de redes que temos hoje", frisou.
"Nós temos usinas [centrais] hídricas que são muito boas, mas o Brasil tem uma seca estrutural. Obviamente, que há anos mais húmidos e há anos mais secos, mas antigamente havia uma média. Agora, a dita média de anos secos e húmidos estão [com] mais [anos] secos do que húmidos. Os anos secos estão mais frequentes e isto faz uma pressão no preço", explicou.
"É muito importante reduzir o risco hídrico não a geração, e nós queremos continuar a apostar na geração [de energia] e o sol há sempre. Logo a aposta mais sol, menos água nos permite reduzir o risco", acrescentou.
Além de mitigar riscos de operação no país sul-americano, onde a EDP obteve lucro líquido de 1,5 mil milhões de reais (235 milhões de euros) em 2020, Marques da Cruz disse que empresa privilegiará uma adaptação à transição energética a partir de um investimento de seis mil milhões de reais (940 milhões de euros) em redes de distribuição, o dobro do que foi investido nos cinco anos anteriores.
"Adaptarmos a transição energética é investir na modernização das redes e investir na geração descentralizada solar. A razão [do plano estratégico tem a ver] com as alterações climáticas e o risco hidrológico e a adaptação da transição energética que será uma realidade no Brasil", destacou.
O presidente da EDP Brasil destacou que "as redes são a prioridade número um. O solar é uma prioridade para substituição de algum [empreendimento] hídrico".
A empresa estima investir três mil milhões de reais (471 milhões de euros) em energia fotovoltaica para atingir a geração de 1GWp, aumentando em 20 vezes a sua produção atual neste segmento no Brasil.
Questionado sobre informações acerca da intenção da empresa em vender três hidroelétricas no Brasil, Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, ambas no estado brasileiro do Amapá, e Mascarenhas, no Espírito Santo, que somadas tem capacidade para produzir 800 megawatts, Marques da Cruz não confirmou as negociações.
"Não confirmo [a intenção de] venda [das hidroelétricas] mas confirmo que nós, em relação a estas 'hídricas' estamos escutando o mercado. É verdade que estamos escutando o mercado e em função de uma auscultação, nesta fase atual, ainda não vinculante, é que decidiremos se queremos fazer venda ou não", afirmou.
Marques da Cruz acrescentou que a EDP Brasil não confirma nenhuma intenção porque ainda não existe "nenhuma decisão formal de venda".
"Mas, é verdade que estamos escutando o mercado", e portanto, segundo o executivo, aquela hipótese também não está descartada.
A EDP Brasil divulgará informações sobre seu desemprenho financeiro no primeiro trimestre do ano de 2021 na quarta-feira (12).
Questionado sobre se vê com otimismo as condições do mercado brasileiro, país duramente atingido pela pandemia de covid-19 e que antes da crise sanitária apresentava uma lenta recuperação de uma recessão registada nos anos de 2015 e 2016, o responsável respondeu afirmativamente.
"É evidente que o Brasil, do ponto de vista económico, tem vivido muitos ciclos, vários problemas (...) Nós estamos numa fase que basta ler qualquer jornal para perceber que há um afluxo de capitais para fora do Brasil. O saldo líquido de capitais curativos, das empresas, está mais no sentido de saída do que da entrada, mas nós apostamos no Brasil", apontou.
"Nós acreditámos estruturalmente no Brasil. É evidente que a EDP define regras de exposição aos mercados, que são públicas, há um limite, mas estamos longe deste limite e por isto achamos que há oportunidade no Brasil em redes [de transmissão de energia] e energia solar e vamos investir nestes segmentos", concluiu.