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Costa ganha apoio da Alemanha para usar sobras do PRR
Berlim defende que os montantes não utilizados do mecanismo europeu para a pandemia devem ser canalizados para responder à crise energética, afastando nova emissão de dívida conjunta da UE.
A Alemanha considera que as verbas que ficaram por utilizar do mecanismo europeu de recuperação da pandemia devem ser canalizadas para responder à crise energética na União Europeia em vez de recorrer à emissão de nova dívida conjunta.
Esta posição de Berlim surge a poucas horas do início da cimeira dos chefes de Estado e de Governo para discutirem a atual crise energética e vai ao encontro da ideia já defendida por António Costa sobre os montantes do PRR que ainda não foram usados.
Segundo o primeiro-ministro, "não estão a ser utilizados mais de 200 mil milhões de euros mobilizados no âmbito do programa NextGeneration para serem cedidos aos Estados-membros sob forma de empréstimos" e que poderiam ser reutilizados nas empresas com elevada intensidade energética.
De acordo com o site Euractiv, a Alemanha também defende esta solução, lembrando que a parte de leão da bazuca ainda está por gastar.
Evitar nova dívida
Ao defender esta ideia, Berlim tenta travar eventuais propostas para que a União Europeia emita nova dívida conjunta, uma solução sempre contestada pelo governo germânico.
Quanto às críticas ao plano alemão de apoio à economia (200 mil milhões de euros) para fazer face aos preços elevados de energia e que poderiam distorcer o mercado interno europeu, fontes oficiais citadas apontam para que estes milhões seriam diluídos "ao longo de três anos".
Em relação a criar outro instrumento europeu de apoio demoraria muito tempo com as necessárias negociações – duras – no Conselho Europeu, defendendo que o atual mecanismo tem "muita flexibilidade".
No debate desta quarta-feira no Parlamento, Costa frisou que "é possível mobilizar pragmaticamente esses recursos já disponíveis e que os Estados poderiam recorrer, bastando para tal aumentar as elegibilidades".