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Bruxelas confirma intenção de prolongar limite aos preços do gás em 2024
"Os tempos são difíceis e certamente haverá turbulência no mercado de gás natural liquefeito (GNL), sobretudo no ritmo de entregas vindas do Egito. Se for necessário prolongar medidas de emergência, fá-lo-emos", disse a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.
"Os tempos são difíceis e certamente haverá turbulência no mercado de gás natural liquefeito (GNL), sobretudo no ritmo de entregas vindas do Egito. É óbvio que qualquer incerteza poderá ter impacto no preço do gás. Se for necessário prolongar medidas de emergência, fá-lo-emos", disse Simson em Bruxelas, na conferência de imprensa de apresentação do relatório do Estado da União da Energia relativo a 2023 e do novo Plano de Ação para a Energia Eólica.
Sobre este tema, Maroš Šefcovic, vice-presidente da Comissão Europeia, responsável pelo European Green Deal, acrescentou que a 24 de novembro terá lugar a quarta ronda de compras conjuntas de gás da União Europeia (a última desde ano), sendo que nas últimas três rondas "as expectativas foram excedidas", com mais de 50 mil milhões de metros cúbicos de gás negociados nesta plataforma. "Vamos usar esta quarta licitação para podermos ter segurança no inverno", sublinhou.
O comissário anunciou ainda que os primeiros leilões de hidrogénio para produção nacional na União Europeia serão apresentados a 23 de novembro. "Trata-se de uma fase piloto com umas centenas de milhões de euros. Vamos desenvolver ferramentas idênticas às da plataforma das compras de gás, para agregar procurar de hidrogénio de toda a União Europa. Não sabemos ainda de que escala estamos a falar, nem da localização geográfica da produção. Temos de ver se vamos ter produção própria ou importar de países terceiros", sublinhou.
Quanto ao teto máximo aos preços do gás, o Financial Times deu conta estes dias que a Comissão Europeia está a ponderar prolongar este mecanismo, cuja avaliação será feita no início de novembro. Com base nas conclusões da mesma, Bruxelas pode avançar para a extensão da medida ao longo de 2024.
De acordo com uma apresentação de diplomatas da UE vista pelo Financial Times, o executivo comunitário pondera seguir esse caminho tendo em conta o reacender do conflito no Médio Oriente e os receios de sabotagem de um gasoduto no Mar Báltico, como aconteceu no início deste mês.
"Não sabemos o que vai acontecer este ano. Temos a situação em Israel e não sabemos como vai afetar as importações do Médio Oriente", referiu uma fonte diplomática ao jornal britânico, acrescentando o caso da sabotagem no Mar Báltico. "Seria bom ter uma apólice de seguro", afirmou.