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Combustíveis mais caros em agosto levam Governo a congelar de novo taxa de carbono

Tendo em conta as medidas em vigor, a redução dos impostos mantém-se em setembro nos 23 cêntimos por litro de gasóleo e nos 25 cêntimos por litro de gasolina, anunciou o Ministério das Finanças.

O aumento dos preços do petróleo, e dos combustíveis, é um dos motivos fundamentais para a degradação dos termos de troca da economia.
Getty Images
01 de Setembro de 2023 às 15:18
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Depois de o Governo ter decidido agravar em agosto o valor da taxa de carbono - em dois cêntimos no gasóleo e 1,8 cêntimos na gasolina -, dando assim seguimento à atualização gradual do valor iniciada há três meses, em setembro esta taxa volta a estar congelada. Desta forma, a taxa de carbono mantêm-se nos 56,2 euros por tonelada de CO2.

Em comunicado, o Ministério das Finanças justifica a sua decisão com a alta de preços verificada nos combustíveis durante o mês passado. Na próxima segunda-feira, e ao fim de oito aumentos consecutivos, o gasóleo simples deverá registar finalmente uma descida de um cêntimo por litro, enquanto a gasolina recua apenas de 0,5 cêntimos por litro. Atualmente, os valores cobrados nas bombas estão no nível mais elevado deste ano.

"Face à evolução dos preços dos combustíveis durante o mês de agosto, o Governo mantém inalterada a suspensão parcial da atualização da taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2 (taxa de carbono)", anunciou esta sexta-feira o Ministério das Finanças.

No que diz respeito apenas ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), o Governo vai manter em setembro o desconto já em vigor: 13,1 cêntimos por litro no gasóleo e 15,3 cêntimos por litro na gasolina.

Tudo somado, e "tendo em conta todas as medidas em vigor – a redução dos impostos aplicáveis mantém-se nos 23 cêntimos por litro de gasóleo e nos 25 cêntimos por litro de gasolina", sublinha o mesmo comunicado das Finanças.

O Governo decidiu suspender a atualização da taxa sobre as emissões de CO2, mantendo-se aplicável a taxa fixada para 2021. No entanto, em maio de 2023, e considerando a evolução do preço dos combustíveis e a evolução do preço resultante dos leilões de licenças de emissão de gases de efeitos de estufa, o Governo deu início ao descongelamento gradual da taxa de carbono aplicada ao gasóleo e gasolina, que é agora decidido mês a mês, consoante os preços nas bombas.  

"Em face dos objetivos ambientais da tributação sobre os combustíveis e dos níveis recorde de consumo que se têm vindo a registar, o Governo continuará a avaliar regularmente a evolução do mercado de combustíveis, no quadro de uma convergência gradual do peso dos impostos sobre os combustíveis em Portugal com a média da Zona Euro", refere o comunicado. 

De acordo com os dados do Governo, o consumo de combustíveis rodoviários nos primeiros sete meses de 2023 atingiu o recorde da última década, sendo que em julho (último mês com dados publicados) se registou um crescimento de cerca de 10% face ao período homólogo. Citando dados do Weekly Oil Bulletin, produzido pela Comissão Europeia, o comunicado das Finanças refere que a tributação dos combustíveis em Portugal está abaixo da média ponderada da Zona Euro: 6% no gasóleo e 4% na gasolina. 

No quadro das medidas de apoio ao setor agrícola, mantém-se também em setembro a redução de seis cêntimos por litro na tributação do gasóleo agrícola.
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