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Colômbia quer aliança com Portugal para a produção de hidrogénio verde

A ministra das Minas, Irene Vélez, disse que Portugal "quer ser o ponto de chegada das importações de hidrogénio verde para a Europa. E a Colômbia pode ser o lugar de onde sai o hidrogénio verde para exportar para a Europa".

08 de Maio de 2023 às 10:09
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A ministra colombiana das Minas, Irene Vélez, revelou ter aproveitado a sua visita a Portugal, - para acompanhar o presidente Gustavo Petro na visita oficial aos dois países da Península Ibérica - para desenvolver conversações com a EDP Renováveis, "empresa que se mostrou muito interesse em ser uma aliada para a produção de hidrogénio verde" no país da América Latina.

Tal como avança o El País esta segunda-feira, a Colômbia está interessada em promover a produção de energias limpas, sendo que no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) do país estão previstos "projetos pioneiros de hidrogénio verde", o que leva o Governo de Bogotá a dar prioridade máxima a este objetivo. 

"Estar em Portugal foi uma grande vantagem porque este país assume-se como o produtor de hidrogénio verde para a Europa. E também porque quer ser o ponto de chegada das importações de hidrogénio verde para depois distribuir para o resto do continente europeu. A Colômbia pode ser o lugar de onde sai o hidrogénio verde para exportar para a Europa", disse Irene Vélez, citada pelo jornal espanhol. 

E acrescentou: "Agora temos poderes para fazer coisas que antes não estavam na lei. O Plano Nacional de Desenvolvimento inclui a criação de  comunidades energéticas, o que significa que vamos poder desenvolver regulamentos para que as comunidades se integrem para produzir e trocar energia entre si".

Por seu lado, o primeiro-ministro português, António Costa, confirmou novas oportunidades de colaboração entre Portugal e a Colômbia nas energias renováveis. "Vemos uma enorme oportunidade no desenvolvimento do esforço conjunto para apoiar a transição energética, não apenas com as energias renováveis, mas também no que respeita ao hidrogénio verde e outras moléculas verdes", frisou António Costa, citado pela Lusa.

Irene Veléz acrescentou ainda que o governo colombiano está atualmente a trabalhar na execução do projeto de construção daqueles que serão os maiores parques eólicos do país e que se situarão na região de La Guajira (Parques Alfa e Beta), nos quais a EDP está envolvida. O CEO da empresa portuguesa garantiu já que estes projetos com uma capacidade de quase 500 MW entrarão em funcionamento no final de 2023, devido aos atrasos verificados. Miguel Stilwell disse também, em entrevista ao jornal colombiano Portafolio, que a aposta da EDP na Colômbia será a longo prazo. 

"A Colômbia é um país estável, com uma boa estrutura macroeconômica. Tem um bom sistema regulatório e possui recursos eólicos e solares muito bons, principalmente em La Guajira, onde temos nossos projetos Alpha e Beta. A combinação de um país estável, com um bom quadro regulatório, boas condições para a produção de renováveis, são boas condições para investir", disse Stilwell no final do ano passado.  

De visita a Portugal, Irene Veléz fez um ponto de situação mais recente dos parques eólicos Alfa e Beta. "Neste momento estamos a resolver alguns problemas de licenciamento ambiental e o que a EDP Renováveis quer é que, quando estes projetos estiverem prontos, a empresa possa entrar e negociar. Nós temos o capital natural e eles têm o capital financeiro, por isso será o casamento perfeito", frisou a ministra das Minas. 

No final de 2019 a A EDP Renováveis anunciou a sua entrada no mercado colombiano através de dois contratos de compra e venda de eletricidade a 15 anos no num leilão de energia renovável organizado pelo Governo. Os dois contratos incluem a energia a produzir nos parques eólicos Alpha, com uma capacidade de 212 MW, e Beta, de 280 MW, cuja exploração comercial estava inicialmente prevista para 2022. 

Além deste portfólio, Miguel Stilwell garantiu que a EDP está de olho noutros projetos no país. "Estamos a trabalhar num total de mais de 1.000 MW. Alguns são projetos que estão ainda numa fase embrionária, mas que poderão estar prontos em 2026 ou 2027", disse o CEO, avançando que além da energia eólica alguns destes projetos são de solar fotovoltaico". 

Uma das empresas que também está interessada no mercado do hidrogénio verde na Colômbia é a energética latino-americana Promigas (que distribui gás natural para mais de 15 milhões de pessoas no país, 37% do mercado), que quer produzir este gás renovável para o injetar na rede de gás natural do país.

Além disso, também o presidente colombiano Gustavo Petro é um grande defensor do desenvolvimento das energias renováveis no país. "Vou procurara que todo o país ajude a desenvolver os maiores projetos de energia limpa da América Latina", disse o chefe de Estado, fazendo um apelo à maior empresa petrolífera colombiana Ecopetrol para se "preparar e entrar em força no mercado de hidrogénio verde".
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