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Bosch investe 500 milhões para produzir eletrolisadores à escala industrial

A gigante alemã criou uma nova unidade de negócio dedicada 100% à cadeia de valor do hidrogénio verde. Os vários projetos em curso vão ser apresentados na feira Hannover Messe, na Alemanha, entre 30 de maio e 2 de junho.

20 de Maio de 2022 às 17:47
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A Bosch anunciou esta sexta-feira que vai colocar em operação o primeiro ciclo de hidrogénio verde na sua fábrica da Indústria 4.0 na cidade alemã de Homburg. A empresa criou uma nova unidade de negócio que investirá 500 milhões de euros para desenvolver componentes para eletrolisadores, com o objetivo de tornar as atividades relacionadas com este gás renovável prontas para uma produção em volume, à escala industrial

"No caminho para um futuro neutro em termos de emissões, temos de tornar possível às indústrias de uso intensivo de energia mudarem para as energias renováveis. O hidrogénio será um elemento-chave", diz Rolf Najork, membro do conselho de administração da Bosch. Um dos primeiros projetos de hidrogénio da nova unidade de projetos é o H2Giga. Financiado pelo Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa, que vai desenvolver "eletrolisadores poderosos, duráveis e escaláveis".

De acordo com este responsável, a Bosch pode "oferecer a tecnologia necessária para o uso de hidrogénio em vários setores". A empresa está já a desenvolver soluções móveis e estacionárias, equipando postos de abastecimento de hidrogénio com compressores e  também produzindo hidrogénio nas suas próprias fábricas. Além disso, a Bosch planeia entrar em força no negócio dos eletrolisadores.

No futuro, a Bosch quer desenvolver e construir os seus próprios componentes para os eletrolisadores. Essas unidades usam eletricidade para causar uma reação química que divide a água em hidrogénio e oxigénio (eletrólise).

Desde que a eletricidade venha de fontes renováveis, o produto final é o hidrogénio verde. Até o final da década, a Bosch pretende investir até 500 milhões de euros no volume de produção e comercialização do componente central da eletrólise: a pilha de hidrogénio. A Bosch espera lançar os seus módulos inteligentes em 2025, com fábricas piloto a serem equipadas no ano seguinte. Ao desenvolver essa tecnologia, a empresa pretende estabelecer parcerias ao longo de toda a cadeia de valor do hidrogénio para que possa disponibilizar componentes prontos para produção o mais rápido possível.

"Estamos a levar as tecnologias de produção de hidrogénio para fora do laboratório e a colocá-las em prática num contexto industrial – nas estradas e nas fábricas", diz Najork. Através desta uma unidade recém-criada, a Bosch está a disponibilizar a sua experiência em hidrogénio para outras empresas. Os projetos serão apresentados pela primeira vez na feira Hannover Messe, na Alemanha, entre 30 de maio e 2 de junho.

Na sua fábrica em Homburg, na Alemanha, a Bosch está já a demonstrar como pode ser um ciclo de hidrogénio numa fábrica do futuro: utilizando energia renovável, um eletrolisador produz hidrogénio verde; esse hidrogénio será então usado para operações de produção e mobilidade, com veículos movidos a células de combustível a reabastecidos com o hidrogénio que a tecnologia da Bosch já comprimiu.

Para processos industriais, uma célula de combustível estacionária desenvolvida pela Bosch converte hidrogénio em calor e eletricidade. Os fluxos de energia na fábrica são controlados de acordo com a procura, usando o software Bosch Industry 4.0. Esta Plataforma de Energia já está a ser utilizada em mais de 120 unidades da empresa. As operações de produção representam cerca de 90% do consumo global de energia da Bosch. "Estamos a melhorar continuamente a nossa pegada de carbono. A fábrica de Homburg desempenha um papel pioneiro na nossa rede global de produção. Estamos a reduzir sistematicamente o nosso consumo de energia local e a gerar o máximo possível dessa energia a partir de fontes renováveis. Temos que ajustar essas duas variáveis", diz Najork.

Da mesma forma, uma solução desenvolvida pela Bosch Rexroth e a Maximator Hydrogen para a compressão de hidrogénio para postos de abastecimento, depósitos de armazenamento e gasodutos também será testada na fábrica de Homburg. Até 2030, a Bosch Rexroth e a Maximator Hydrogen querem disponibilizar essa tecnologia para 4.000 postos de abastecimento de hidrogénio. Uma em cada três estações de abastecimento de hidrogénio em todo o mundo seria equipada com componentes da Bosch, prevê a empresa.

"Atualmente o portfólio da empresa inclui unidades de 75 a 250 quilowatts, o que oferece aos operadores de postos de abastecimento uma opção de baixo custo para se aventurarem na tecnologia do hidrogénio, bem como a possibilidade de adaptar as soluções às suas necessidades. Em comparação com as alternativas disponíveis no mercado, os novos compressores com base em contentores têm o potencial de reduzir pela metade os custos totais de propriedade dos operadores. Desta forma, a Bosch e a Maximator Hydrogen estão a contribuir consideravelmente para tornar o uso do hidrogénio verde económico – em veículos ligeiros, veículos comerciais, autocarros e comboios", refere o responsável, em comunicado.


Ao mesmo tempo, na Power & Air Solutions, subsidiária da Telekom, a tecnologia de células de combustível da Bosch está a ser usada pela primeira vez para alimentar um centro de dados. Juntamente com a construtora chinesa Weichai e o seu parceiro de tecnologia Ceres Power, a Bosch planeia lançar células de combustível de óxido sólido no mercado chinês. Ao todo, mais de 50 células de combustível estacionárias da Bosch estão agora em operação nas instalações da empresa e dos seus clientes. A Bosch tem planeado iniciar a produção de células de combustível estacionárias em 2024. A produção ocorrerá em três locais da Bosch na Alemanha: Bamberg, Homburg e Wernau.
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