No caminho da descarbonização, é mais urgente incentivar os consumidores a mudar comportamentos do que diminuir a carga fiscal das empresas. A ideia é defendida por Pedro Amaral Jorge, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). 

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o responsável defende a criação de incentivos ao consumo de equipamentos elétricos. "Achamos que seria relevante ter incentivos fiscais a esta mudança dos consumos energéticos, ou seja, passar tudo o que é de base fóssil para base de eletrificação, porque tendemos a aumentar a incorporação de renovável em mais de 80% até 2030", começa por dizer. 

Na prática, explicita, "estamos a falar de transferir o consumo de gás natural de caldeiras para acumuladores elétricos, bombas de calor, mobilidade elétrica", explicita. Por exemplo, "hoje posso comprar um carro a leasing, mas não consigo comprar um equipamento fotovoltaico ou de outra tecnologia para autoconsumo em leasing, porque o setor financeiro não tem produtos, porque não estão regulamentados e legislados para que isso possa acontecer", lamenta o responsável, num apelo ao próximo Governo.