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Apetro acusa Deco de falta de rigor técnico
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) considera que as afirmações da campanha da Deco com o slogan “É tudo igual ao litro” não estão devidamente fundamentadas, havendo falta de rigor técnico.
A campanha promovida pela Deco, com o slogan “É tudo igual ao litro”, na qual se afirma que todos os combustíveis comercializados em Portugal têm o mesmo grau de desempenho, levou a Apetro a considerar necessário fazer alguns esclarecimentos, nomeadamente o facto de as afirmações da associação de defesa dos consumidores não estarem “devidamente fundamentadas”.
“Gostaríamos de começar por referir, tal como sempre temos feito, que a utilização de aditivos nos combustíveis, além dos que o seu processo de produção exige para cumprimento das especificações definidas em normas internacionais, permite aperfeiçoar algumas das suas propriedades, o que irá conduzir a um mais perfeito funcionamento dos motores, ao longo do tempo”, refere o comunicado da Apetro, salientando que isso traz “consequentes vantagens sob o ponto de vista de rendimento, longevidade, consumo, emissões, potência” e que responde até a alguns constrangimentos actuais, “como o aumento da incorporação de biodiesel no gasóleo”.
A Apetro sublinha que as empresas petrolíferas têm vindo a diferenciar e melhorar a qualidade dos seus produtos, “fruto de muito trabalho de investigação e desenvolvimento, suportado por ensaios, tanto laboratoriais (de acordo com procedimentos estabelecidos para o efeito, normalmente normas ASTM) devidamente certificados por entidades competentes, como nas mais severas condições proporcionadas pelas diferentes disciplinas do desporto automóvel”.
“De referir que, além da busca constante de um melhor rendimento dos motores térmicos, juntam-se preocupações ao nível da redução do consumo de energia e das emissões de gases de escape dos veículos, objectivos imprescindíveis para a melhoria da qualidade do ar e para a sustentabilidade do planeta”, diz ainda o documento.
Assim, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas considera que “as afirmações contidas na campanha (…) não estão devidamente fundamentadas”. Segundo a Apetro, há falta de rigor técnico porque “o teste foi efectuado em apenas 12.000 Kms, valor incomparavelmente inferior ao que é normalmente utilizado em ensaios desta natureza, que se costumam situar nos 60.000 Kms, sendo portanto insuficiente para retirar conclusões”.
Além disso, a Apetro aponta também como motivo “o terem sido verificados, em termos de desgaste e de criação de depósitos, apenas os êmbolos, e não outros componentes, como por exemplo as válvulas e o sistema de injecção, mais sensíveis às diferenças de qualidade do combustível no caso do motor diesel”.
Por outro lado, salienta a associação, há também o facto de terem sido testados “apenas alguns tipos de gasóleo” e de se “estar a generalizar os resultados obtidos a todos os combustíveis, de forma claramente abusiva”.
Por último, a Apetro diz ter conhecimento que algumas das suas associadas terão, “em devido tempo, respondido às questões levantadas pela Deco, disponibilizando inclusivamente a possibilidade de contactos directos com os laboratórios europeus responsáveis pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento dos combustíveis, facto que não é mencionado no estudo divulgado”.