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Apetro acusa Governo de criar “falsas expectativas” sobre o preço dos combustíveis

Depois do primeiro-ministro ter pedido para os portugueses olharem com atenção para a fatura dos combustíveis para verificar o desconto, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) lamenta a desconfiança e diz que os valores anunciados pelo Governo não têm em alta a subida do preço do petróleo.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
04 de Maio de 2022 às 08:50
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Numa reação às declarações do primeiro-ministro, que pediu que os portugueses olhem "com atenção" para a fatura dos combustíveis para ver se o desconto é "mesmo aplicado", a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) lamenta a desconfiança e acusa o Governo de ter criado "falsas expectativas" com o anúncio de valores que não têm em conta a subida do preço do petróleo.

Em declarações ao Eco, o secretário-geral da Apetro diz que não vê com bons olhos as declarações que "têm uma suspeição implícita" que considera "injusta" para o setor, que "é altamente escrutinado".

"Criaram-se falsas expectativas ao não ter um conta a subida do preço [nos mercados internacionais] existindo ainda o efeito em termos do preço médio", diz António Comprido, citado pelo Eco, que verificou que os preços médios do gasóleo e gasolina baixaram 9 a 10 cêntimos por litro, quando o Governo tinha anunciado descontos de 14 e 15 cêntimos.

O responsável diz ainda que há um efeito de atraso nos preços médios comunicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) "devido a atraso de comunicação".

Em declarações ao Dinheiro Vivo, o mesmo responsável afirma que o Executivo não está a ter em conta a subida das cotações internacionais dos produtos refinados nem a desvalorização do euro, já que "nos mercados internacionais, fruto da valorização dos produtos [petrolíferos] e da desvalorização do euro, a gasolina sofreu um incremento de 3,6 cêntimos e o gasóleo de 2,8 cêntimos por litro que, obviamente, atenuaram a descida do ISP".

"É completamente falso que os operadores estejam a apropriar-se de qualquer valor adicional de margem", conclui.

 

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