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Lucro da EDP cai 74% para 297 milhões de euros

Os resultados da eléctrica foram impactados pelo efeito extraordinário da venda da Naturgás e "fortemente penalizados" pela alegada sobrecompensação dos CMEC.

Bruno Simão
08 de Novembro de 2018 às 18:09
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O resultado líquido da EDP caiu 74% para 297 milhões de euros no acumulado dos nove primeiros meses do ano. Os analistas previam uma quebra superior a 80% dos lucros da eléctrica para 127 milhões de euros no terceiro trimestre do ano.

A empresa justifica esta redução com o efeito extraordinário da venda da Naturgás em Espanha, que no ano passado rendeu à EDP 558 milhões de euros. Bem como com os 285 milhões de euros que foram obrigados a provisionar no âmbito da alegada sobrecompensação no cálculo da disponibilidade das centrais que operavam em regime CMEC. Uma decisão tomada pelo anterior secretário de Estado Jorge Seguro Sanches, entretanto substituído por João Galamba.

No comunicado emitido à CMVM, a empresa destaca que os resultados no terceiro trimestre "foram fortemente penalizados pelo efeito do despacho do Senhor Secretário de Estado da Energia de 29 de Agosto, que quantificou em 285 milhões de euros o impacto financeiro da alegada sobrecompensação dos CMEC". "Excluindo este e outros efeitos não recorrentes e, bem assim, a contribuição das redes de gás (alienadas no segundo semestre de 2017), o resultado líquido recorrente subiu 2% em termos homólogos, para 570 millhões de euros", acrescenta.

Os resultados operacionais seguiram a mesma tendência de queda, com o EBITDA a recuar 26% para 2,4 mil milhões de euros. Tendo em conta os resultados recorrentes, a quebra seria de 6%.

Portugal  representou apenas 6% do lucro obtido pela empresa, o que equivale a 18 milhões de euros, devido ao impacto de medidas regulatórias. Mas, somando as renováveis, o peso aumenta para 16%, disse ao Negócios Miguel Stilwell de Andrade, administrador financeiro da EDP.

As operações internacionais  da empresa liderada por António Mexia representaram, assim, 84% do resultado líquido apurado no acumulado dos nove meses com destaque para Espanha e para o Brasil. Já o peso das renováveis recuou 12% por ter havido "muito pouco vento no último trimestre [Julho a Setembro]", explicou o CFO da eléctrica.

De Janeiro a Setembro o investimento do grupo situou-se em 1,4 mi milhões de euros, um crescimento de 30%. Deste total, dois terços foram alocados para renováveis, nomeadamente nos EUA e no Brasil.

A dívida líquida cifrou-se em 14,5mil milhões de euros no final de Setembro, um valor acimada dos 13,9 mil milhões registados a Dezembro de 2017.

 

(Notícia actualizada)

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