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Galamba justifica demissão do director-geral da energia: “Não tinha perfil”
Para o secretário de Estado da Energia o anterior director-geral da Energia “não tinha perfil” para responder às exigências da transição energética.
O secretário de Estado da Energia justificou a demissão de Mário Guedes como director-geral da Energia e Geologia com o facto de achar que "não tinha o perfil indicado". Em declarações ao Público, João Galamba detalhou que a substituição esteve relacionada com "a necessidade de ter à frente da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) alguém com muita experiência e currículo na área da energia e da eficiência energética". E, no seu entender, Mário Guedes, "sendo um especialista em pedreiras e minas, não tinha o perfil indicado".
Para ocupar o cargo, João Galamba escolheu João Bernardo, que tinha sido despromovido precisamente por quem vai substituir agora (Mário Guedes). Aliás, na altura, Mário Guedes assinou um despacho bastante crítico a justificar o afastamento de João Bernardo. Questionado sobre este episódio, Galamba disse: "Constato que não foi aberto qualquer processo disciplinar", sublinhando ainda que "o trabalho e as qualidades profissionais de João Bernardo são muito apreciadas por todos os anteriores directores-gerais".
Mário Guedes era o líder máximo da DGEG desde Abril de 2017, tendo sido nomeado pelo anterior secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches. Mário Guedes cumpriu assim uma pequena parte do mandato de cinco anos, já que esteve vários meses em regime de substituição e foi formalmente designado em Julho.
Concurso para concessões municipais vai derrapar
Até ao final do ano o Governo devia aprovar os cadernos de encargos para o lançamento dos concursos para as novas concessões municipais das redes de distribuição de electricidade em baixa tensão. Porém, isso não vai acontecer dentro do calendário previsto, disse ao Público o secretário de Estado da Energia.
Em causa está a prioridade do Governo em concluir o Plano Integrado de Energia e Clima (PNEC), que visa definir as metas de política energética e climática na próxima década. E todos os Estados-membros têm que enviar este documento a Bruxelas até ao final do ano.
Quando às concessões municipais, um processo iniciado pelo antigo secretário de Estado da Energia, Galamba admitiu que houve uma reflexão mais aprofundada sobre o tema no Executivo. E antes de avançar com o concurso considera que é preciso "definir quais os investimentos, quais as novas funcionalidades e requisitos que se espera das redes e qual o dimensionamento que devem ter".
"Será trágico para o país" avançar com o plano sem se "estabilizar uma visão estratégica", sustentou. E apesar de "não ver razões para adiar a data", admite que o processo "fica condicionado" por este trabalho prévio que vão fazer.