As operações realizadas com “swaps” pelo Santander “são perfeitamente legais, não são tóxicas. São operações de taxa de juro e não são baseadas em índices de propriedade ou qualquer outro índice" repetiu Vieira Monteiro, presidente executivo do Santander Totta.

Na conferência de imprensa para apresentar os resultados do primeiro semestre do Santander Totta, o banqueiro revelou que o Santander recorreu aos tribunais para pedir acesso ao estudo que o IGCP e outras entidades fizeram sobre os “swaps”.

"Existem alguns erros no estudo do IGCP apresentado nos jornais, por isso enviamos uma carta ao IGCP a pedir a correcção", adiantou Viera Monteiro. O banqueiro exemplificou com o caso no Metro do Porto. Nesta empresa pública disse-se “que ganhamos 100 milhões de euros no “day pv” e na verdade não ganhamos nem 10% disso" sublinhou. O “day pv” corresponde ao primeiro em dia em que o contrato “swap” entra em vigor.

Em Setembro de 2012, a este contrato celebrado pelo Metro do Porto com o Santander Totta estava associado um valor de mercado de 450 milhões de euros negativos. “O valor do mercado actual (cerca de 450 milhões de euros negativos) compara com um resultado máximo possível desta operação para o Metro do Porto de cerca de 34 milhões de euros positivos”, apontava o IGCP, citado pelo “Diário Económico”, que dava conta que o Santander Totta ameaçava processar o IGCP.

O Governo português chegou a acordo para cancelar grande parte “swaps”, que permitiu eliminar perdas de 1,5 mil milhões de euros associados aos contratos. Ficaram por resolver outros 1,5 mil milhões de euros, que dizem respeito a produtos derivados vendidos pelo Santander Totta, o único banco com o qual o Estado não chegou a acordo.