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Vendas da dona da Zara crescem ao ritmo mais lento em quatro anos
As elevadas temperaturas do Verão, a desvalorização cambial, mas também o aumento da pressão imposta pela concorrência online penalizaram os resultados da Inditex. Até Julho, as vendas cresceram ao ritmo mais lento em quatro anos.
A Inditex registou o crescimento mais lento das vendas em quatro anos, numa altura em que a dona da Zara se debate com o efeito das temperaturas muito altas, a desvalorização cambial, mas também com o aumento da pressão da concorrência online.
As vendas, numa base comparável, cresceram 3% nos seis meses até Julho, para 12 mil milhões de euros, de acordo com um comunicado divulgado pela Inditex esta quarta-feira, 12 de Setembro. Isto num período em que registou um lucro líquido de 1,41 mil milhões de euros.
De acordo com a Bloomberg, este crescimento das vendas é o mais lento desde 2014 para a empresa liderada por Amancio Ortega. Contudo, a Inditex projecta uma recuperação. "A gestão prevê um crescimento das vendas comparáveis entre 4% a 6% no segundo semestre", lê-se no comunicado.
O resultado da Inditex segue-se a um alerta por parte da Primark, esta semana, de que vai registar uma queda inesperada nas vendas. Isto numa altura em que as retalhistas europeias se debatem com as elevadas temperaturas do Verão, o que as obrigou a apostar em produtos menos rentáveis, como é o caso dos calções e t-shirts. A competição também aumentou depois de a H&M ter cortado os preços para reduzir o inventário.
Os analistas consultados pela Reuters estimam que este será o sexto ano consecutivo de queda das margens para a Inditex, devido ao impacto cambial. As acções da dona da Zara já caíram 12% desde o início do ano. E recuaram acentuadamente em Agosto, depois de o Morgan Stanley ter reduzido o preço-alvo para o título e atribuído pela primeira vez uma recomendação de "underweight" à retalhista.