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Três casas decimais alargadas a todas as cotadas

O mês de Setembro trouxe novidades à negociação na bolsa de Lisboa. Desde segunda-feira, todas as empresas do PSI-20, e também a Ramada Investimento, passaram a cotar com três casas decimais.

03 de Setembro de 2008 às 00:01
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O mês de Setembro trouxe novidades à negociação na bolsa de Lisboa. Desde segunda-feira, todas as empresas do PSI-20, e também a Ramada Investimento, passaram a cotar com três casas decimais.

Mas o objectivo da Euronext Lisbon é que todas as empresas do Eurolist passem a incluir esta lista, adiantou fonte oficial da gestora da bolsa portuguesa ao Negócios. A 1 de Novembro a alteração será alargada a outras cotadas, não estando ainda confirmado se serão já todas as companhias, ou se esta será mais uma etapa do processo.

Numa tentativa de harmonização com os restantes mercados da NYSE Euronext, a mudança que foi inicialmente aplicada apenas a 10 empresas nacionais passou, na última segunda-feira, a ser extensiva a todas as companhias do PSI-20 e à mais recente cotada do mercado português, a Ramada Investimentos. Na mesma data, esta alteração foi sentida nos mercados de Amesterdão, Bruxelas e Paris.

De acordo com a informação disponibilizada pela NYSE Euronext no seu "site", na primeira sessão do mês de Setembro a decimalização foi alargada a um conjunto de 71 empresas cotadas nas bolsas Euronext, tendo em vista "melhorar a eficiência do mercado".

Este ano a inovação será ainda alargada até um total de 400 companhias destes mercados. Este tem sido um processo faseado que teve início em Janeiro, data em que foi introduzido um "tick size" (variação mínima da cotação) de 0,005 euros, ou 0,001 euros a 29 títulos dos mercados europeus da NYSE Euronext.

A decimalização permite diminuir os "tick sizes" o que reduz os "spreads" (intervalo entre o preço da procura e da oferta), tornando "a negociação mais eficiente e reduzindo o custo implícito de negociação para o investidor final".

A NYSE Euronext adianta que a análise à fase inicial deste procedimento demonstrou que, em média, os "spreads" foram reduzidos em 60%, o que representa uma poupança de custos de oito pontos base para o investidor final.

Fonte oficial da Euronext Lisbon, contactada pelo Negócios, sublinhou que um dos principais objectivos desta mudança é "aumentar a qualidade na formação do preço" e, assim, diminuir a volatilidade, o que se torna mais claro nos títulos com uma cotação mais reduzida, nos quais uma pequena alteração pode significar uma valorização ou desvalorização acentuada. Desta forma, a gestora pretende que a mudança que está a ser inicialmente aplicada aos "títulos que os investidores procuram mais" seja estendida a todas as empresas do Eurolist.

A mesma fonte avançou ainda que segundo a informação de que dispõe, desde que alguns títulos começaram a cotar com três casas decimais, "houve um aumento na qualidade do preço em 50%" e também um "aumento na negociação que não se consegue quantificar".

Outra mudança efectuada esta semana, na bolsa nacional, tem a ver com o valor do "tick size". A variação mínima da cotação das acções era anteriormente de 0,005 euros e passou agora a ser de 0,001 euros para as 21 empresas com três casas decimais. Com excepção da Galp Energia, o título com a cotação mais elevada e o único em que se mantém o anterior valor.

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