Notícia
Trabalhadores da TAP com aumentos inferiores à inflação
Os aumentos salariais para os quadros da TAP-Air Portugal voltam a ficar abaixo da inflação, afirmou Luís da Gama Mór, vice-presidente da empresa. As greves em Portugal e Venezuela estão a afectar a actividade.
Os trabalhadores da companhia da TAP vão ver a sua actualização salarial adiada, já que não será em 2003 que os aumentos irão reflectir a inflação.
As negociações que actualmente decorrem com os representantes sindicais dos mais de 8.000 trabalhadores da companhia aérea serão no sentido de aumentos e correcções que não deverão contudo acompanhar a inflação esperada para o próximo ano.
Luís da Gama Mór, vice-presidente da companhia, que ontem reuniu com a comunicação social na Madeira, à margem do XVIII Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) foi peremptório: «não vamos cobrir a inflação», afirmou. Como aliás já não tinha sido feito este ano, em que a administração da TAP negociou com alguns sindicatos a correcção posterior com base nos índices de produtividade atingidos.
O responsável pela área da transporte aéreo da TAP não quis adiantar contudo mais pormenores sobre esta matéria, afirmando apenas que no próximo ano «não vamos aumentar o custo de pessoal», sendo esta uma «questão decisiva», já comunicada aos sindicatos.
Uma redução de postos de trabalho, como foi feita durante ano de 2001 e 2002, em que saíram 800 pessoas, também «ainda não» está a ser equacionada, até porque, na suas palavras, «envolve uma despesa muito elevada», no que toca a indemnizações a pagar.
A vertente do custo é um dos eixos a melhorar, acrescentou, reiterando que 30 milhões de euros terão de ser reduzidos, para ultrapassar o ano de 2003.
Greves obrigam a plano de contingênciaA greve geral decretada para o dia 10 de Dezembro, terça-feira, irá obrigar a TAP à realização de um plano que assegure «todos os voos intercontinentais, pelo menos um voo para destinos europeus e a garantia dos serviços mínimos para os Açores (Terceira e Faial) e para a Madeira», afirmou na mesma altura Gama Mor.
A «adesão significativa de sindicatos representativos do trabalhadores de terra» que se está a verificar, refere-se essencialmente o Sindicato os Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), o Sindicato Técnico de Manutenção e Aeronaves (SITEMA), o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), de acordo com António Monteiro, porta-voz da TAP.
Já no caso da Venezuela, o plano de contingência ainda não foi accionado, mas poderá significar um acréscimo de custos para a companhia. É que a falta de abastecimento petrolífero que há alguns dias passou a acompanhar o movimento de greve geral e de contestação ao presidente Hugo Chávez poderá obrigar os voos da TAP a realizar mais uma paragem.
Ou seja, os aviões que partirem de Portugal com destino a Caracas terão, na volta, de fazer uma paragem em Curaçao (Antilhas Holandesas) para reabastecerem, em vez de fazer o percurso directamente, o que certamente irá implicar custos vários.