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Trabalhadores da Portway com novo pré-aviso de greve ao trabalho suplementar até março

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) entregou um novo pré-aviso de greve na Portway, desta vez ao trabalho suplementar, banco de horas e fins de semana, entre 1 de janeiro e o final de março.

Filipe Farinha
23 de Dezembro de 2019 às 21:03
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Em declarações à agência Lusa, Fernando Simões, dirigente do SINTAC, deu conta desta nova paralisação, depois da greve marcada para 27, 28 e 29 de dezembro, por entre críticas à atuação da empresa de 'handling' em aeroportos (assistência em terra).

"Tivemos contactos de alguns ex-trabalhadores que estiveram este verão ao serviço da Portway e, como sempre, tendo em conta a sazonalidade do verão IATA, foram dispensados entre o final de setembro e início de outubro, e que nos disseram que a Portway está a ligar-lhes na tentativa de fazer contratos de dez dias, a começar por volta de 21, 22 de dezembro", indicou Fernando Simões.

Para o SINTAC, isto é uma "tentativa clara de substituir grevistas", sendo que, de acordo com o dirigente associativo, a contratação de trabalhadores em cima da hora pode ter impactos a nível da segurança.

Fernando Simões garantiu que "nos aeroportos nacionais um trabalhador para renovar ou pedir um cartão tem que entregar a sua documentação necessária para fazer o procedimento todo e demora 30 dias". E questiona: "Como é que se chama pessoas nestas condições? Que segurança é esta?".

A Lusa contactou a Portway e aguarda resposta.

No dia 20 de dezembro, o SINTAC anunciou um pré-aviso de greve na Portway para 27, 28 e 29 de dezembro nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.

Em comunicado, o SINTAC indicou que decidiu avançar com o referido pré-aviso de greve na Portway de Handling de Portugal, SA, detida pelo grupo Vinci, porque a empresa, "através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, respondeu com a denúncia do acordo de empresa em vigor, e não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016".

O SINTAC referiu que, "como se ainda não bastasse", a empresa "começou a cortar abonos sociais e direitos adquiridos por todos os seus trabalhadores ao longo de 20 anos, não reconhecendo assim todo o esforço dos trabalhadores ao longo dos anos, e tudo isto com um único objetivo, o de não baixar os seus lucros a fim de poder encher ainda mais os cofres do grupo Vinci".

O sindicato admitiu depois desconvocar greve se a empresa "assinar um documento" em que se compromete a "regularizar a progressão de carreiras".

Nessa altura, Fernando Simões referiu ainda que, "se a empresa atender à reivindicação e cumprir", ou seja, apresentar-se junto do "Ministério do Trabalho e assinar um documento em que diz que até ao final do ano regulariza a situação das pessoas que devia ter regularizado em 2019", a greve será desconvocada.

Num comunicado no mesmo dia, a Portway lamentou a realização desta ação de protesto, para a qual "não existem fundamentos", notando não compreender a posição do SINTAC e estranhar os motivos da greve, "totalmente desajustados da realidade da empresa".

A empresa afirmou que "cumpre escrupulosamente a lei e toda a regulamentação aplicável, tanto ao nível da legislação laboral como em termos de acordos e protocolos aplicáveis à empresa", pelo que "não reconhece fundamentos para esta paralisação".

"A Portway apela ao sentido de responsabilidade do SINTAC e alerta que o impacto desta paralisação pode ser considerável atendendo às datas em que se realiza e à abrangência nacional da mesma", adverte, notando que "os impactos serão tanto para a Portway e para as companhias suas clientes, mas há também potencial impacto colateral em todas as companhias aéreas que operam nos aeroportos portugueses".
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