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"Toni" Belloni deixa LVMH em abril. Desde 2001 que era o número dois
Antonio Belloni, de 69 anos, trabalhou lado a lado com Bernard Arnault durante 23 anos e acompanhou a ascensão da LVMH como uma das maiores marcas de luxo do mundo.
Antonio Belloni – número dois da LVMH – vai deixar o cargo na gigante europeia do luxo. A saída de um dos homens fortes da LVMH faz parte de uma maior mudança nos cargos de topo de gestão da empresa, liderada por um dos homens mais ricos do mundo, Bernard Arnault.
Belloni, de 69 anos, trabalhou lado a lado com o multimilionário durante 23 anos e acompanhou a ascensão da LVMH – detentora de marcas como a Louis Vuitton, a Dior ou a Moet & Chandon – como uma das maiores marcas de luxo do mundo. O gestor italiano – conhecido como "Toni" – deixa, a partir de 18 de abril, de ser diretor executivo e presidente da comissão executiva. Ficará, no entanto, a trabalhar na empresa em "projetos estratégicos" e na presidência da LVMH em Itália.
Como número dois irá ficar Stephane Bianchi, de 59 anos, atual responsável pela unidade de relógios e joalharia da marca. Bianchi é uma cara mais recente na empresa francesa, tendo entrado em 2018 para liderar a Tag Heuer e a unidade de fabrico de relógios. Grande parte da sua carreira foi passada no grupo de cosmética Yves Rocher, onde chegou a CEO com 33 anos.
Esta mudança no papel de Belloni é a mais recente alteração nos altos escalões da LVMH, depois de Michael Burke, antigo presidente executivo da Louis Vuitton, ter substituído, em janeiro, Sidney Toledano como diretor do grupo de moda da empresa - que supervisiona marcas como a Céline, Loewe e Givenchy.
Bernard Arnault, que celebrou 75 anos este mês, tem estado a preparar a próxima geração de líderes da LVMH, à medida que alguns dos executivos mais seniores, incluindo o próprio, se aproximam da reforma. Segundo os estatutos da empresa, fundada por Arnault em 1987, o CEO apenas se poderá manter no cargo até aos 80 anos. É por isso que as movimentações nos cargos com maior responsabilidade na LVMH são sempre acompanhadas de perto pelo público, principalmente à procura de pistas sobre quem poderá suceder ao fundador da marca.
Os aliados mais próximos do multimilionário francês tiveram também um papel de formação dos seus cinco filhos que trabalham na empresa. A sua filha mais velha, Delphine, de 48 anos, é a responsável pela Christian Dior Couture; Antoine, de 46 anos, lidera o gabinete de comunicação e imagem da LVMH e é presidente não executivo da Loro Piano; Alexandre, de 31 anos, é o número dois da Tiffany, responsável pelo segmento de produto e pela comunicação; Frederic, de 29 anos, supervisiona a divisão de relojoaria; enquanto o mais novo, Jean, de 25 anos, é o responsável pelo desenvolvimento de relógios da Louis Vuitton.
Alexandre e Frederic foram nomeados para o conselho de administração da LVMH em fevereiro e juntam-se assim a Delphine e Antoine. Caso as nomeações sejam aprovadas na reunião anual de acionistas, apenas Jean ficará de fora da cúpula da empresa. Este passo é, apesar de tudo, meramente formal, uma vez que a família controla cerca de 64% dos direitos de voto na companhia.