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Tesla oferece 2,6 mil milhões para que Musk não se mude para Marte
Os accionistas da Tesla compraram por 2,6 mil milhões uma garantia mais sólida de que Elon Musk ficará na empresa pelo menos durante os próximos dez anos.
Os accionistas da Tesla aprovaram um acordo de remuneração para o CEO que poderá ser o maior da história, vinculado às ambições de transformar a Tesla numa das maiores empresas do mundo. A companhia está a aventurar-se para além de painéis solares e carros eléctricos. Se a empresa for bem-sucedida, a bonificação poderá acabar a valer mais de 50 mil milhões de dólares – uma quantia tão grande que poderá garantir que as outras paixões e os projectos secundários e esotéricos de Musk não lhe roubem muito tempo de trabalho na Tesla.
"Espero continuar no cargo de CEO no futuro próximo", disse Musk na teleconferência de resultados com analistas em Fevereiro. No entanto, não descartou a possibilidade de delegar as responsabilidades de CEO caso apareça um sucessor adequado, o que lhe permitiria concentrar-se "no design e na engenharia, que é o que mais gosto de fazer".
Musk também é CEO da Space Exploration Technologies, que projecta uma missão para Marte, e ultimamente tem empreendido vários outros projectos, como a construtora de túneis Boring e uma startup de interface cérebro–computador chamada Neuralink. A nova bonificação – aprovada na reunião especial da empresa em Fremont, Califórnia – exige que Musk permaneça na Tesla como CEO e director de produtos.
Através de um facto relevante, a Tesla revelou que cerca de 73% dos votos emitidos na reunião, pessoalmente ou através de representantes, foram a favor do acordo, com a excepção dos que estão estreitamente relacionados com Musk e o seu irmão, Kimbal.
Garantia
O plano de remuneração ajuda a garantir a permanência de Musk na Tesla pelo menos até 2028, mas ainda restam várias perguntas sem resposta. A bonificação contém várias metas audaciosas, mas nenhum plano detalhado sobre como atingi-las nem sobre quando a fabricante dará o seu primeiro lucro anual. Além disso, vários executivos saíram da companhia nos últimos 12 meses, deixando a Tesla sem um óbvio número 2 – um possível motivo de preocupação mesmo que Musk continue no comando.
Só neste trimestre, a Tesla perdeu Jon McNeill, presidente de vendas e serviço; o seu chefe de contabilidade, Eric Branderiz; e Susan Repo; tesoureira e vice-presidente das finanças. Nos últimos 12 meses, a Tesla também perdeu executivos com o director financeiro Jason Wheeler; Chris Lattner, contratado pela Apple, que saiu após comandar a equipa de engenharia do Autopilot da Tesla durante menos de seis meses; Kurt Kelty, executivo sénior de baterias; e Diarmuid O’Connell, vice-presidente de desenvolvimento comercial.
Ross Gerber, CEO da Gerber Kawasaki Wealth & Investment Management em Santa Mónica, Califórnia, que possui de acções da Tesla, disse que votou favoravelmente a este acordo. "Não se pode ser acionista da Tesla se não se acreditar na empresa e em Elon Musk", afirmou, numa entrevista. "Os verdadeiros acionistas da Tesla apostam tudo em Elon."
(Texto original: Musk Probably Won't Move to Mars After $2.6 Billion Pay Approved)